domingo, 20 de dezembro de 2009

A Amiga Presidiaria da Mãe

Emily está sentada no sofá da sala, olhando de maneira entediada para a rua. Robert se aproxima.

Robert: O que houve querida? Parece estar tão entediada.
Emily: Não, né? Quem tem cara de entediada é gente velha a beira da morte!
Margaret: Falavam de mim?!
Emily: Não, dá o fora! (Margaret sai)
Robert: Emily, no que você está pensando?
Emily: Estava pensando em minha amiga, Éden. Lembra dela?
Robert: Vagamente... Ela não é uma mulher bonita?
Emily: Não! Essa sou eu! Você não se lembra dela? Era uma das minhas melhores amigas na faculdade!
Robert: Ah sim! Uma loira, não é!?
Emily: Isso mesmo!
Robert: Não a vejo há muito tempo! O que aconteceu com ela?
Emily: Ela foi presa por ter matado um homem.
Robert: Ela o matou?!
Emily: Calma! Mas que homem histérico! Ela só o matou porque ele tava devendo dez dinheiros pra ela.
Robert: Ah! Aí tudo bem!
Emily: Eu só queria que ela escapasse daquela prisão cheia de lésbicas assassinas por um dia e viesse nos visitar.

Emily avista um carro passando pela rua em alta velocidade. Este pára subitamente, dele sai uma figura encapuzada que segue em direção a residência dos Normais.

Emily: Nossa! Mas que coisa estranha!
Robert: O que? Essa figura encapuzada que está vindo em nossa direção?
Emily: Não....não sei onde botaram o controle da tv. Aposto que foi aquela garota obesa que escondeu! Ela me odeia, quer me ver infeliz! (a campainha toca).
Robert: Ah meu deus Condor! É a criatura!
Emily: Quem, a Julieta? Porque se for ela.....mande-a tratar de encontrar o controle...
Robert: Não querida, é a outra criatura. Estou com muito medo para abrir a porta!
Emily: Frouxo......deixa que eu faço tudo, para variar! (Emily abre a porta) Quem é você? O quer de nós?
Éden: É assim que você cumprimenta sua antiga amiga de infância?
Emily: Éden, sua vaca! O que faz aqui?
Éden: Bem, eu estava com saudades. Então resolvi vim visitá-la.
Emily: Uhum...
Éden: Ta bem, eu fugi da cadeia e não tenho onde ficar...
Emily: Seja bem vinda a sua nova casa!
Robert: Como? Você não está pensando em abrigar uma presidiária fugitiva na nossa casa, está?
Éden: Amiga, quem é essa coisinha que pensa que pode falar comigo desse jeito?
Emily: Esse é meu marido, Robert Joseph Normal.
Éden: Aquele babaca da faculdade que brincava com bonecas?!
Emily: Esse mesmo! Eu descobri que ele é rico e decidi me casar com ele.
Robert: Amor, eu estou bem aqui!
Emily: Ah, está certo! Eu descobri que ele é um ótimo homem e marido, que proporcionou os melhores momentos da minha vida! Assim está melhor?
Robert: É, ficou mais convincente.
Éden: Entendo.....mas então, posso ficar aqui ou não?
Emily: Mas é claro que pode. Te daremos o quarto da minha filha Julieta.
Éden: Julieta? Você tem uma filha?
Emily: Pois é, nunca se case! Já tive dois filhos, por isso estou tão deformada. Gravidez é uma das piores coisas do mundo, filhos então, só te dão despesas e infelicidades!
Éden: Nossa! Seus filhos devem ser uns monstrinhos!
Robert: Não, o Eric é bem legal.......Só mesmo a Julieta que vive nos envergonhando.
Emily: Amiga, trouxe alguma lembrançinha para mim?
Éden: Mulher, eu estava na cadeia e não na Disney! É claro que trouxe um presente para você (Éden pega sua bolsa e começa a vasculhar seu conteúdo). Aqui está, uma caneca nomeada. Não consegui achar Emily, por isso peguei uma com o nome de uma tal Pam!
Emily: Não ligo, é bom ganhar presentes algumas vezes!
Robert: Ainda ontem eu te dei aquele relógio de prata que você tanto queria!
Emily: Achei que já tivesse agradecido o suficiente ontem a noite. Você realmente quer que eu toque nesse assunto perto de uma visita.
Robert: Ops! Já estou atrasado para o trabalho....tchau querida, tchau Éden!
Éden: Então....como vai sua vida de casada? Muito picante?
Emily: Picante como sorvete, amiga.
Éden: Pelo menos você tem um homem. Eu, pelo contrario, tive que ficar encarcerada com um bando de mulheres fedorentas e viscosas que queriam passar a mão em mim! Como eu queria um homem agora!
Emily: E se nós tentássemos achar um pretendente para você?
Éden: Boa idéia! Mas onde podemos achar uma aglomeração de homens heteros e
solteiros?
Emily: Amiga, a quanto tempo você está presa? Nunca ouviu falar em Internet? (Emily pega um laptop e começa a surfar na net). Site de suicídio, site de anorexia, pornografia explicita.....aqui, site de relacionamentos.
Éden: E como isso funciona?
Emily: Colocamos o seu nome e suas características aqui. Se alguém gostar, vai acabar respondendo e assim vocês terão um encontro às cegas! Não é romântico? Dividir saliva e caricias sexuais com alguém que você mal conhece?
Éden: Vamos logo com isso, amiga!

Éden está em um restaurante chique esperando seu pretendente. Emily e Robert estão escondidos a vigiando.

Robert: Por que estamos aqui mesmo?
Emily: Quero ver o par da Éden. Se ele for alto, moreno e bonito, vou tentar fazer esse teste.
Robert: Ah sim!
Emily: Shhhh! Eu acho que é ele....

Um homem alto, moreno e bonito se aproxima da mesa de Éden.

Holz: Boa noite. Você deve ser Éden.
Éden: Sou eu mesma, senhor moreno gatão!
Holz: Ahm......que bom...
Éden: Então, você faz isso constantemente?
Holz: Não, eu estou tentando uma experiência nova, quero provar uma coisa para mim mesmo.
Éden: Entendo, que interessante! Você é muito bonitão, não entendo porque está solteiro.
Holz: Digamos que estou procurando a pessoa ideal.
Éden: Que bom! Sinto que estamos liberando umas faíscas (Éden começa a passar a mão na perna de Holz. Ele esquiva).
Holz: Com licença, não estou preparado para isso ainda!
Éden: (coloca os peitos na mesa). Qual é o problema? Não gosta do que vê?
Holz: Com licença, eu vou ao toilet. (Holz sai. Éden chama Emily para perto).
Emily: E aí? Como está indo com o gostosão?
Éden: Eu estou começando a achar que ele é gay.
Emily: Por que isso?
Éden: Ele recusou os meus flertes e falou que ia ao toilet. Que tipo de homem fala toilet?
Emily: Não é possível. Deve ser porque ele não te conhece direito, deve estar tímido e ele deve ser metade francês, por isso fala que nem bicha. Fala um pouco de você e pára de se atirar assim de cara! Sua vagabunda de quinta categoria!
Éden: Ah amiga! Eu estava sentindo falta desses seus comentários! (Holz sai do banheiro). Vai embora rápido!
Holz: Desculpe a demora. Vamos pedir?
Éden: Claro, o que você quer?
Holz: Estava pensando em steak a poivre!
Éden: Que?
Holz: Carne com pimenta! Não conhece? Eu sou fan da culinária francesa.
Éden: Aham...
Holz: Então, fale mais sobre você. O que você faz da vida?
Éden: Bem, eu era estilista e modelo fotográfica, mas agora sou uma presidiária fugitiva da polícia!
Holz: Nossa, que interessante...
Éden: E você, o que você faz?
Holz: Eu sou policial!
Éden: Oh merda! Bem, foi um prazer te conhecer, mas eu tenho que ir para a minha casa encontrar minha família...
Holz: Não sabia que você tinha família.
Éden: Eu não tenho.......mas mesmo assim, tchau!
Holz: Parada aí fugitiva! Você está presa!
Éden: Droga! Maldita seja essa tal de Internet! Só traz coisa ruim para o mundo!

Semanas se passam. Emily está na prisão visitando a sua amiga.

Emily: Oi Éden!
Éden: Oi!
Emily: Eu ainda me sinto culpada por ter te obrigado a entrar naquele site de relacionamento.
Éden: Não tem problema. Afinal, isso só aumentou cinco anos na minha sentença! Saio desse lugar aos 60 anos, se ainda estiver viva!
Emily: Pense pelo lado positivo! Pelo menos você passou algum tempo com um verdadeiro macho!
Éden: Macho, o policial Holz é gay!
Emily: Mas então porque ele estava naquele site? Por que ele te escolheu com par?
Éden: Ele só queria provar a sua homossexualidade para si mesmo! Aquele viado filho-da-puta!
Emily: Mas como você descobriu?
Éden: Depois de tentar vender meu corpo a fim de ganhar minha liberdade. Ele recusou, por isso estou aqui agora.
Emily: Nossa! Mas que virada! Quem diria que aquele homem moreno, alto e bonito seria gay?
Éden: Querida, todos eles são! Só os feios prestam. É por isso que você não tem que se preocupar com seu marido!
Emily: É bom que não. Se o Robert parar de me dar coisas para dar para outros homens, estaria tudo acabado entre nós!
Policial: Com licença, o horário de visitas acabou!
Emily: Bem, tchau amiga! Te vejo na próxima vez que você tentar fugir da prisão!
Éden: Até lá....
Emily: Que dia mais estranho. Pelo menos foi divertido! A Margaret vai cair para trás depois que eu contar tudo para ela!

Fim

domingo, 13 de dezembro de 2009

Pop Diva

Mostra a sala dos Normais. Eric está no meio da sala, com um CD na mão, de frente para um radio estéreo grande. Ele treme um pouco. Margaret passa.

Eric: Vovó! Você poderia me ajudar? Preciso que alguém bote este CD no radio para eu ouvir.
Margaret: Por que você não bota?
Eric: É que eu tenho medo do lugar em que bota o CD abrir demais e acertar o meu olho, me fazendo ficar permanentemente cego.
Margaret: Nossa! Você é tão estranho, nem parece dessa família. Deve ter sido trocado na maternidade. (Margaret pega o CD da mão do Eric e bota no radio) Pronto. Agora me deixa em paz.

A musica começa a tocar. Emily passa pela sala e vê o filho ouvindo a musica.

Emily: Que raios de porcaria é essa?!
Eric: É o novo CD da Pop Diva mãe!
Emily: Então essa é a Pop Diva, tinha ouvido falar. Você gosta dela?
Eric: É... gosto.
Emily: Isso é perfeito! Acabei de ganhar dois ingressos para o show dela aqui na cidade. É uma ótima oportunidade para fazermos algo junto... tipo mãe e filho! Vai ser divertido!

Julieta aparece correndo na sala.

Julieta: Vocês estavam falando da Pop Diva? Eu a amo! Ela é a melhor coisa que me aconteceu! Mãe, você tem que me levar no show! Eu tinha dois ingressos, mas eles desapareceram.
Emily: Com licença garota! Antes que você me faça perder mais tempo, acabei de falar que esse é um programa mãe e filho! Nada de filhas, especialmente as gordas e feias. Então a não ser que você faça uma operação para mudar de sexo você não pode ir ao show, entendeu!
Julieta: Espere um minuto, esses ingressos são meus!
Emily: Garota, o que eu acabei de falar? Já chega você já me tirou do serio! Está de castigo, vá para o seu quarto e só saia quando deixar de ser feia!
Eric: Coitada, minha irmã vai ficar pra sempre no quarto dela. (Julieta sai triste)
Emily: Bem, quanto a nós dois, vamos nos arrumar, não podemos chegar atrasados.

Os dois estão no show da pop Diva, que acabou de terminar.

Emily: Legal o show, não é?
Eric: Sim, gostei.
Emily: Mas o melhor vem agora. Nossa visita ao camarim.
Eric: Mas nossos ingressos não dão direito a irmos ao camarim.
Emily: Sim, mas eu consigo dar um jeito. Vou enganar e manipular o segurança usando uma artimanha de complexidade grande demais para a sua cabeça. (Ela vira de frente para o segurança e aponta para um lado) Olhe, o que é aquilo?
Segurança: (olhando) O que?
Emily: Rápido Eric, corre!

Os dois chegam ao camarim da Pop Diva.

Pop Diva: Hey, quem são vocês?
Emily: Sou eu quem faço as perguntas aqui Sra. Pop Diva, se esse é seu nome verdadeiro!
Pop Diva: Por mais incrível que pareça, esse é meu nome mesmo.
Emily: Bem, de qualquer maneira, vim aqui trazer meu filho... ele é seu maior fã.
Pop Diva: Sério? Qual sua musica favorita?
Eric: Bem, para falar a verdade hoje foi a primeira vez que ouvi uma musica sua. Mas eu gostei daquela em que você ficou só de sutiã no palco fazendo posses indiscretas.
Pop Diva: Ah sim, aquela é uma das minhas favoritas. Fiz em homenagem ao meu sobrinho, para ensiná-lo como ele nasceu. Gosto de ser um bom exemplo para as crianças. (Pop diva percebe que Emily está com uma tesoura na mão cortando uma mecha de seu cabelo) Hey! O que você está fazendo!?
Emily: Estou cortando seu cabelo para vender na Internet.
Pop Diva: Mas você não pode fazer isso! (Emily pega uma panela e bate na cabeça de Pop Diva, que cai inconsciente no chão. Eric fica assustado)
Eric: Mãe! O que você fez?!
Emily: Me desculpe, mas ela estava começando a ficar alterada! Fiquei com medo que ela me atacasse de repente! Foi legitima defesa e você é minha testemunha!
Eric: Onde você pegou essa panela?
Emily: Sei lá... essa coisas sempre aparecem do nada quando eu preciso. Agora não vamos perder tempo! Aqui está cheio de coisas valiosas de astro pop que podemos pegar e vender na Internet!
Eric: Mas isso não é roubo?
Emily: Eric, meu querido, ainda tenho que te ensinar muita coisa... só é roubo se te pegarem e se isso acontecer é só você falar que é cleptomaníaco que todo mundo sente pena e te perdoa.
Eric: Legal!
Emily: Pois é... agora vá rápido antes que ela acorde. Procure por algo nas gavetas.
Eric: Mas mãe, eu tenho medo de abrir gavetas. Tenho medo que algo bicho peludo gigantesco me ataque de surpresa.
Emily: Hum, tem razão... isso já aconteceu comigo.

Emily começa a ter um flashback. Ela está no quarto dela e abre a porta do armário. Um bicho peludo gigante a ataca e ela grita assustada. Recuperada do susto ela fica raivosa.

Emily: Seu idiota! Quer me matar de susto! Quem você pensa que é. (O bicho vai ficando com medo) Vou te ensinar uma lição para você deixar de ser metido a assustador seu babaca.

Corta a cena e aparece a cozinha, Robert abre a lata de lixo. A cabeça do bicho é vista de dentro da lata.

Robert: Querida, tem um animal peludo e gigante morto no nosso lixo!

O flashback acaba.

Emily: Tudo bem filho, deixa que a mamãe abre. Vai ver o que tem em cima da cômoda. (Eric se aproxima da cômoda e grita. Emily vira-se para ele) Que foi?
Eric: Mãe, tem uma escova de cabelo aqui! Não deixa ela me machucar, por favor, não deixa ela me machucar!
Emily: Calma garoto, é só não chegar perto dela (Emily vê a escova, seus olhos brilham) Meu Deus, essa escova tem um cabo revestido com diamantes! E olha só, tem as inicias P. D. ! Isso deve valer uma fortuna! Rápido, bote na sacola.
Eric: Não, não aproxime essa coisa de mim!
Emily: Ah, garoto chato! Devia ter trazido seu avô! Ele é um melhor cúmplice de roubo de celebridades que você! (Pop Diva começa a acordar)
Pop Diva: Anh, o que está acontecendo? Hey, o que você está fazendo com minha escova? (Eric acerta ela na cabeça de novo, ela cai no chão)
Emily: Filho, essa é a primeira vez, em toda sua vida, que estou orgulhosa de você!
Eric: Obrigado mãe!
Emily: Agora vamos parar de perder tempo e vamos encher essa sacola de coisas valiosas!

Os dois saem do camarim com a sacola cheia. O segurança está na porta do camarim.

Segurança: Posso saber o que tem nessa sacola?

Emily chega para perto do segurança e sussurra no ouvido dele.

Emily: Não conte para ninguém, mas Pop Diva é a fornecedora oficial de brinquedos do Papai Noel. E eu estou entregando essa encomenda dela para ele.
Segurança: Sério?! Nossa!
Emily: Pois é, mas não conte para ninguém, Pop Diva não quer chamar a atenção e se gabar com isso.
Segurança: Sei, ela é uma pessoa muito modesta mesmo. Podem ir. E digam para o Papai Noel que eu me comportei bem esse ano!
Emily: Tudo bem! (sussurrando) Idiota!

Emily e Eric estão em casa, na sala. Emily está dividindo o dinheiro.

Emily: Nós conseguimos bastante dinheiro! Toma os seus 20 %.
Eric: Nossa! 10 mil! Obrigado mãe!
Emily: Olhe, eu roubei uns ingressos da sua irmã para um show de um rapper chamado Baby Boy, que vai ter hoje. O que me diz?
Eric: Pode contar comigo!
Emily: Viu, eu falei que programas mãe e filho são divertidos!

Fim

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Empregada Rebelde

Emily e Robert estão tomando café da manhã na cozinha. Robert está lendo jornal.

Emily: Robert, cadê a Vanda, nossa empregada? Ela não vinha trabalhar hoje?
Robert: A Vanda se demitiu Emily. Ela disse que não agüentava mais trabalhar aqui depois que você correu atrás dela pela vizinhança inteira tentando acertá-la com aquele bastão de madeira.
Emily: Bem, ela merecia! Estragou minha blusa nova! Eu amava aquela blusa!
Robert: Eu sei, até fizemos um enterro para ela.

Robert tem um flashback. Todos os Normais e o Padre Lino estão reunidos no quintal dos fundos. Há um pequeno caixão e um buraco no chão.

Padre Lino: Emily, eu sou um padre sério! Não vou fazer isso!
Emily: (gritando e chorando) Faça logo isso!
Padre Lino: Irmãos e Irmãs, estamos aqui reunidos para dizer adeus à blusa da Emily.
Julieta: Eu não entendo... quando a blusa da mamãe morre nós fazemos um funeral, mas quando a minha melhor amiga, a Srta. Pinkstone morre, nós a jogamos no lixo.
Eric: A Srta. Pinkstone era uma cadeira.
Julieta: E isso é uma blusa!
Emily: Cala a boca garota má! Você não entende o meu sofrimento!

O flashback acaba.

Emily: Isso quer dizer que vamos ter que arranjar outra empregada?
Robert: Pelo visto. Já botei os anúncios nos jornais, as candidatas devem estar chegando hoje a tarde. E, querida, evite assustar as nossas empregadas.
Emily: Vou tentar. Mas não prometo nada.

Mais tarde, Robert e Emily estão sentados atrás de uma escrivaninha. Em frente à escrivaninha há apenas uma cadeira. Uma candidata está sentada na cadeira.

Robert: Então, qual a sua experiência em cuidados domésticos?
Candidata 1: Eu tenho muita experiência em cuidar de uma casa de família. Sou boa com crianças, cozinho bem, sou organizada, odeio sujeira, sou obediente.
Robert: Nossa, e você tem algum defeito?
Candidata 1: Ah, eu ocasionalmente roubo os meus patrões. Droga, não devia ter falado isso! (Corta a cena, outra candidata está sentada na cadeira)
Emily: Seu nome é Maria das Flores?
Maria das Flores: Sim, e esses são os meus filhos, Juvencildo, Cremilandra, Hildegro, Corrovaldo, Nunliandra, Pelidegro, Fredencildo, Mariovalda, Georgorete, Clabismar, Jacunça e Lindomar.
Emily: Nossa! Robert eu não quero esse mulher na minha casa e é melhor a expulsarmos logo antes que ela tenha outro filho bem aqui! (Corta a cena, outra candidata está sentada na cadeira. Ela está vestida de freira)
Robert: Deixa eu ver se entendi... você é uma freira?
Freira: Sim.
Emily: Próxima! (Corta a cena, outra candidata está sentada na cadeira.)
Candidata 2: Então eu trabalhei na casa de meus antigos patrões, mas eu não considerava eles meus patrões, eram muito amigos meus. Era considerada como da família! Na verdade eles sempre me falavam isso. E adoravam meu macarrão, diziam que macarrão era minha especialidade, mas eu por mim gostava mais do meu ensopado, vocês têm que provar meu ensopado, é o melhor. Na verdade minha cozinha só não é melhor que minha faxina. Eu consigo deixar a casa brilhando como nunca. Sei usar um detergente como ninguém e...
Emily: Robert, deixe-me bater nessa mulher? Por favor!? (Corta a cena, outra candidata está sentada na cadeira.)
Candidata 3: ... então as crianças foram encontradas mortas dentro do lixo da casa. Eles acharam que era minha culpa só porque encontraram sangue no meu quarto!
Emily: Gostei dessa mulher!
Robert: Não! (Corta a cena, outra candidata está sentada na cadeira.)
Emily: Você é jeitosa com as coisas?
Candidata 4: Sim, sou muito, quase não quebro nada! (Ela balança o braço. Um vaso de cristal no topo da escrivaninha cai e quebra. Um pedaço de vidro sai voando e acerta um prato que está em uma prateleira. Toda a prateleira cai e quebra)
Emily: Saia da minha casa!

No dia seguinte.

Margaret: Então, conseguiram achar uma empregada boa?
Harold: E barata?
Emily: Mais ou menos. O Robert gostou dela, mas eu a achei meio irritante.
Robert: Bem, ela parece ser muito legal! E é ótima com crianças!
Emily: Eu não sei como isso é uma qualidade... (a campainha toca)
Robert: Deve ser ela!

Ele abre a porta. Uma mulher vestida de antiga empregada inglesa está do lado de fora esperando.

Maria: Bom dia, adorável família! Eu sou Maria Hopkins! Serei sua empregada a partir de hoje!
Robert: Oi Maria, lembra de mim?
Maria: Claro que lembro Robert! E de você também Emily!
Emily: Como se eu me importasse.
Robert: Esses são os meus pais, Margaret e Harold. As crianças estão lá em cima.
Maria: Ah, vou ver o pequeninos.
Emily: Ah, se você por acaso se deparar com um monstro horripilante não se preocupe! É só a nossa filha mais velha.
Maria: Ah, tudo bem! (Maria sobe as escadarias sentando-se no corrimão)
Robert: Como ela consegue fazer isso?
Margaret: Isso não é nada! Quero a ver tirando manchas de vinho das minhas roupas! Isso sim é um milagre!
Harold: Mas para tirar manchas difíceis é só usar Clanish! (Harold levanta um frasco de Clanish)
Margaret: Isso mesmo Harold! Clanish deixa tudo limpo, quer ver? (Margaret pega uma taça e derrama vinho numa blusa branca)
Emily: Ah não Margaret! O que você fez!
Margaret: Calma, com Clanish essa mancha sai!
Emily: Nossa, Clanish deixou minha blusa ainda mais branca!
Harold: E ainda é mais econômico que a maioria dos sabões em pó!
Margaret: (olhando para o nada) Clanish é a escolha certa!
Emily: (olhando para o nada) Eu aprovo!
Harold: (olhando para o nada) Eu também!
Robert: Nossa, isso foi estranho.

Maria Hopkins está no andar de cima. Ela entra no quarto de Eric.

Eric: (gritando) Ah! Uma empregada inglesa está aqui para me matar! É que nem aquele filme!
Maria: Calma pequenino! Eu sou Maria Hopkins e serei sua nova empregada e babá.
Eric: Ah... então você não quer me matar?
Maria: Bem, ainda não. Primeiro nós temos que arrumar seu quarto! Está uma bagunça.
Eric: (olhando pelo quarto) Mas meu quarto está extremamente organizado. Eu tenho medo de bagunça e sujeira.
Maria: Ah, mas sempre tem algo que podemos melhor! Um sujeirinha para acabar. Então vamos começar! (Cantando) “Se quisermos realmente a bagunça acabar, temos que ser firmes e não podemos descansar. Pois para a sujeira ir embora, temos que começar a limpeza agora! E nada melhor para nos ajudar, do que soltar nossa voz para cantar. Então se junte a mim nessa linda canção...”
Eric: Preciso cantar mesmo?
Maria: Sim! Agora!
Eric: (Cantando) “Se quisermos realmente a bagunça acabar, temos que ser firmes e não podemos descansar. Pois para a sujeira ir embora, temos que começar a limpeza agora!”
Julieta: (Cantando) “E nada melhor para nos ajudar, do que soltar nossa voz para cantar. Então se junte a mim nessa linda canção...”
Eric: Julieta, o que você está fazendo aqui?
Julieta: Eu ouvi pessoas cantando e quis me juntar.
Eric: Dá o fora do meu quarto. (Julieta sai chorando)
Maria: Ah pequeno, sinto que vamos ser grandes amigos!
Eric: Contanto que você não me machuque Sra. inglesa bêbada maluca.

Naquela noite.

Robert: Maria, cadê nossa comida?! Eu estou com fome!
Julieta: Eu também.
Emily: (sarcasticamente) Nossa, que novidade.
Maria: Aqui está! Um belo prato com batatas inglesas!
Margaret: Batatas inglesas?!
Harold: Nós por acaso temos cara de esnobes para comermos isso?!
Maria: Desculpa, mas achei que seria legal preparar um prato típico do meu país.
Robert: Tudo bem, nós vamos comer.
Emily: É, mas não vamos gostar, vamos acabar vomitando tudo e você vai ter que limpar.

Mais tarde, Maria está botando Eric na cama.

Eric: Está muito apertado! Assim eu vou morrer asfixiado!
Maria: Pronto, assim está melhor?
Eric: Uhum.
Maria: Que bom! Agora vamos cantar uma música.
Eric: Ah não! Outra música! Você cantou músicas o dia inteiro, eu não agüento mais!
Julieta: (Escondida atrás do baú de brinquedos) Eu gosto das músicas dela!
Eric: Julieta? O que você está fazendo no meu quarto escondida?
Julieta: No meu quarto tem um abajur de palhaço que me dá muito medo. Aí eu tenho passado todas as noites dormindo aqui.
Eric: (sarcasticamente) Ótimo, isso não vai ser nada traumatizante! Sai daqui!
Maria: Julieta, eu tiro o abajur depois.
Julieta: Ah não, não mexe nele. Senão ele vai voltar e se vingar de mim. Deixa ele quieto. (Julieta sai)
Maria: Bem, boa noite Eric. Amanhã a gente se vê. Sabe, hoje não foi o melhor dia. Mas acho que daqui a algum tempo sua família vai se acostumar comigo e eu serei muito feliz nesse trabalho.

Na semana seguinte.

Margaret: Eu ainda não acredito que a Maria se suicidou.
Emily: Pois é... ela escreveu na carta de despedida que não agüentava mais a vida miserável que ela estava levando.
Robert: O pior é que vamos ter que achar outra empregada!
Emily: Eu sei! Vamos ter que passar por aquele maldito processo de entrevistas de novo!

A campainha toca. Robert e Emily vão atender. Uma mulher baixinha e magra está na porta.

Josefa: Boa tarde sinôr e sinôra! Meu nome é Josefa do Norte e sou imigranti du norti! O governo dessa cidade num dá assistência para nóis intão eu preciso de um dinheirim para num morrê de fome.
Emily: Olha Robert, ela é imigrante, pobre e analfabeta!
Robert: Eu sei! Ela é perfeita! Com licença dona... qual o seu nome mesmo?
Josefa: Josefa!
Robert: Dona Josefa. Você gostaria de trabalhar como empregada domestica aqui na nossa casa por um salário absurdamente baixo?
Josefa: Minha nossa sinôrinha! Mas é o que eu mais queria!
Emily: Então está contratada!
Josefa: Mas hoje é o mior dia de minha vida! Num se preocupe! Vô fazê o mior para num desapontá ocê! Vô sê eternamente grata por essa oportunidade! Vô mi matar de tanto trabalho!
Emily: Josefa, eu sinto que esse é o inicio de uma bela relação profissional.
Robert: Vamos te apresentar ao resto da família.

Robert, Emily e Josefa entram. Os outros quatro Normais estão na sala.

Robert: Pessoal, essa é a nossa nova empregada, Josefa!
Emily: Acabamos de pegá-la do meio da rua!
Josefa: É um grandi prazer podê trabalhá para ocês!
Margaret: Outra imigrante!? Qual o problema de vocês?! Por que vocês roubam os empregos dos nossos trabalhadores locais?
Harold: Deixe-me adivinhar... ela é do Norte?
Eric: Ela me dá mais medo que a outra...
Harold: Eu não sei se quero essa mulher trabalhando aqui...
Emily: Ela vai trabalhar por quase nenhum salário!
Harold: Bem-vinda à família!
Julieta: Você vai ser minha nova melhor amiga?
Josefa: Oxi, purque não? Ocê é feia qui nem os pessoal lá da minha terra!
Julieta: Essa foi a coisa mais gentil que alguém já me falou!
Emily: A empregada mal chegou e ela já está mimando a garota.
Robert: Pelo menos nossa busca por empregadas acabou.
Emily: Eu tenho a sensação de que a Josefa vai continuar conosco por um bom tempo.

Fim

domingo, 29 de novembro de 2009

Inferno Escolar

Julieta estava no ônibus escolar, preparando-se para o seu primeiro dia no ensino médio. Blé aparece.

Blé: Oi Julieta, como foram as férias?
Julieta: Férias? Quando se mora com uma família que está constantemente rindo de você e te fazendo correr chorando pela casa, férias nunca existem!
Blé: Não seja tão dura consigo mesma. Na escola Professores Felizes você é bem popular...
Julieta: Blé! Além de você, os meus únicos amigos são a cadeira e a mesa! E olha que aquele quadro negro não vai com a minha cara!
Blé: Você já tentou arranjar tratamento psiquiátrico? Sabe, minha mãe é uma ótima...
Julieta: Blé, eu te conheço desde a quinta série! E mesmo assim parece que ela está sempre esquecendo da minha existência...
Blé: Julieta, você é minha única e melhor amiga....é natural que a minha mãe te confunda com uma lésbica assumida, por isso ela te odeia.
Julieta: Obrigada.....eu acho...
Blé: Ah não! Rosalina está a caminho, aposto que vem aqui só para implicar conosco...
Julieta: Também, ela é a garota mais popular da escola. Nós, pelo contrario, somos tão populares quanto um neonazista em Israel...
Blé: Nossa! Desde quando você é inteligente?
Julieta: É que eu li o livro de historia ontem, estou louca para voltar a ter aulas com a senhora Sweetpie...
Blé: Ahn....espera aí! Desde quando você sabe ler?

Rosalina aparece.

Rosalina: Ora se não são as duas garotas mais feias e mal faladas da escola.....então como foram as férias de vocês?
Blé: Foram ótimas! Eu visitei o laboratório de física nuclear da cidade!
Rosalina: Nossa que interessante, a única coisa que eu escutei da sua boca foram um bando de blá blá blá de nerds! Parece que eu vou ter que simplesmente arrasar suas quase invisíveis reputações espalhando fofocas falsas sobre suas férias...
Julieta: Nossa, que novidade (sarcasticamente)!
Rosalina: Hey pessoal! A Julieta acabou de confessar que teve relações sexuais com um macaco essas férias. Não é nojento?
Julieta: Eu não me lembro de ter comentado isso.....eu nem abri minha boca o bastante!
Blé: Não se preocupe! Ela só faz essas coisas porque seu reinado popular está potencialmente em jogo! Ouvi dizer que uma nova aluna vai entrar em nossa turma esse ano, embora eu não conheça nenhuma garota anorexica e supermega popular que tenha mudado para Cosmópolis recentemente....e você?
Julieta: Só espero que não seja quem eu estou pensando! Não pode ser a minha nova vizinha e arquiinimiga Tiffany Perfeito!

Minutos antes de a aula começar, o diretor Diggs entra na sala com duas jovens, uma usando uma minissaia do tamanho de um cinto.

Diretor Diggs: Queridos alunos...e Julieta Normal (a olha com cara de ódio mortal) estou feliz de apresentar-lhes a nova aluna desta sala. Senhorita Tiffany Perfeito!
Julieta: Acho que o universo conspira contra mim....
Tiffany: Muito bem, quem é a rainha aqui?
Rosalina: Sou eu!
Tiffany: Já era mocreia! Esse reino agora pertence a mim!
Diretor Diggs: Como eu gosto de ver os jovens novos arranjando amigos tão rapidamente!
Tiffany: Cala a boca! Fala logo porque você continua aqui!
Diretor Diggs: Sim senhora! Estou aqui para apresentar-lhes à nova professora de historia....senhorita Linda Jolie!
Julieta: Mas e a antiga professora?! A senhora Sweetpie!
Linda: Ela teve que morrer para dar o cargo dela para mim. As coisas são assim, menina monstruosamente feia cuja aparência já me fez te odiar instantaneamente!
Julieta: Meu nome é Julieta...
Linda: Já disse que te odeio?
Tiffany: Gostei da sua atitude, e da sua minissaia! Está oficialmente declarada professora mais popular!
Linda: Ta bom como se isso já não fosse obvio!Vamos usar a aula de hoje para falar de cabelo e maquiagem. As pessoas aí de trás que parecem não saber o que é isso podem sair de sala e sei lá......ir para a biblioteca!!
Alunos: Hahahahaha!!
Julieta: Acho que ela está se referindo a nós!
Blé: Mas professora, logo estaremos em ano de vestibular! Não acha que você deveria dar matéria de verdade?

Julieta e Blé estão no corredor da escola.

Blé: Não acredito que fomos expulsas de sala....
Julieta: Não acredito como aquela baranga da Tiffany conseguiu virar a imperatriz dessa escola em menos de dez minutos!
Blé: Isso não importa......imagine, se nós estamos no segundo ano do ensino médio e temos aula de maquiagem, o que faremos em ano de vestibular? Assistir tv e comer algodão doce?
Julieta: Espera aí! O que é isso? (Julieta pega um cartaz purpurinado que está na parede) Audições para melhor amiga de Tiffany Perfeito?!
Blé: Como ela conseguiu pendurar isso aí se está dentro da sala e acabou de chegar na escola?
Julieta: Quê? (Julieta está olhado para o cartaz e babando).
Blé: Ah não! Você realmente não está pensando em participar dessas audições, não é? Pensei que ela fosse sua inimiga mortal!
Julieta: Somente imagine......eu, uma garota linda e popular!

Blé começa a ter uma visão. Julieta está em um vestido de gala correndo pelos corredores do colégio, a imagem começa a amarelar e apodrecer.

Blé: É, isso é mesmo inimaginável....
Julieta: Vamos amiga! Aqui diz que ela estará no auditório daqui a meia hora!
Blé: Ela vai faltar aula para isso? Que irresponsabilidade!
Julieta: Bem....não é ela que foi expulsa de sala!
Blé: Sem comentários!

Julieta, Blé e todo o resto da escola estão no auditório.

Blé: Vem cá, alguém nessa escola liga para o futuro?
Diretor Diggs: Não atrapalhe a concentração da rainha!
Blé: É impressão minha ou a escola subitamente virou sinônimo de colméia?
Linda: Garota, se você abrir de novo a boca vai ser expulsa do colégio! Não está vendo que está atrapalhando a aula?!
Blé: (baixo) Que aula?!
Diretor Diggs: Bem, continuaremos agora com as audições! Como só existem três garotas importantes nessa escola, todas as figurantes podem se retirar do aposento....
Figurantes: Droga!
Julieta: Escutou isso Blé? Nós somos finalistas! Estou sentindo o gosto da vitória!
Tiffany: Eu tenho aqui em minhas mãos três fotos e seus registros escolares......a partir desses dados eu fiz a minha decisão....
Blé: Isso não é sigiloso?
Tiffany: Cala boca sua nerd fedida! Estou aqui dando uma chance para você melhorar de vida e a única coisa que você faz é reclamar! Está desqualificada (Tiffany joga o histórico escolar e a foto de Blé em uma lareira acesa).
Blé: Meu conhecimento!
Tiffany: Muito bem......de acordo com os dados, Rosalina esteve atuando em todas a peças teatrais da escola, é líder de torcida e top model nas horas vagas!
Rosalina: Exatamente! E eu ainda odeio gente velha!
Tiffany: Do outro lado, a garota mais feia do mundo, que fala com os móveis e que eu odeio....nossa essa escolha vai ser tão difícil!!
Rosalina: Não se esqueça que ela foi expulsa da antiga escola por ter violentado uma pobre e indefesa menina!

Julieta começa a ter um flashback. Uma garota loira em um vestido rosa está batendo violentamente em sua cabeça com um taco de baseball.

Garota: E isso é pra você aprender a não dirigir a palavra a mim, sua gorda sebosa!
Julieta: Ta doendo!
Garota: Sinta a dor que eu senti por ter sido publicamente humilhada!
Julieta: Acho que minha cabeça está sangrando......para com isso! (Julieta pega a mão da garota com força),
Garota: Você machucou minha mão! Ela me violentou!
Alunos e ex-diretor: Ohh! Que animal!

O flashback acaba.

Tiffany: Que bom ter me lembrado disso! Não ia querer andar com uma garota selvagem como essa! Você vai ser minha nova melhor amiga........qual é seu nome mesmo?
Rosalina: Me chamo Rosalina Bitt!
Tiffany: Precisamos mudar isso depois. E o que sua mãe faz da vida?
Rosalina: Ela é secretária....
Tiffany: Tudo bem.....a menos que ela seja lésbica, poderemos ser amigas....Hahahahaha!
Rosalina: (Quieta por uns segundos) Hehehe, é mesmo!
Tiffany: Vamos! Vamos matar aula no shopping!
Julieta: Por que não poderia ser assim tão simples para mim?!

Fim

domingo, 22 de novembro de 2009

O Garoto mais popular da Escola

Eric entra na sua sala de aula. Ele vai até uma carteira, pega uma garrafa de detergente e espirra nela. Depois passa um pano. Guarda tudo e pega um lençol. Joga-o por cima da cadeira e, só depois, se senta. Cameron se aproxima dele.

Cameron: Eric, o que você está fazendo?!
Eric: Cameron!? O que você está fazendo aqui!? Não me diga que você vai estudar nessa escola?
Cameron: Aham! Não vai ser emocionante?!
Eric: Não! Nós nos odiamos! Alias, nossas famílias se odeiam!
Cameron: Ah, eu não odeio você Eric... eu acho você bonitinho e vou me casar com você no futuro!
Eric: Eca! Eu nunca vou me casar com uma garota! (Professora Fea entra)
Fea: Nossa... o ano mal começou e já temos um gay na sala... muito bem, todos sentados agora! (todos os alunos se sentam) Você, garoto, por que tem um lençol cobrindo sua carteira?!
Eric: É que eu tenho medo de madeira professora... e eu não quero que meu corpo encoste nela... então eu botei esse lençol para cobrir! Mas não se preocupe porque eu limpei a carteira antes! Sei que depois de todos esses meses de férias essa sala deve estar coberta de germes!
Fea: Já acabou com seu pequeno monologo?
Eric: Aham!
Fea: Então vamos começar a aula! Bom dia turma, eu serei sua professora esse ano! Meu nome é Fea Jolie e trabalho nesta escola há vários anos! Uma pessoa pensaria que depois de tantos anos de dedicação aturando pirralhos eu ganharia um aumento, mas essa pessoa está enganada... nossa, como eu preciso de um uísque agora!
Eric: Mas professora, são oito da manhã.
Fea: Eu sei! Não me lembre que eu ainda vou ter que agüentar vocês por seis horas! (Fea pega um livro infantil, abre-o, tira uma garrafa de uísque e bebe um gole) Bem, vamos começar pela chamada. Eric Normal.
Eric: Presente!
Fea: Cameron Perfeito.
Cameron: Presente!
Fea: Parker Quente.
Parker: Presente!
Fea: Gregg Bitt.
Gregg: Presente!
Fea: Bem, já que o resto dos alunos não é importante eu vou parar a chamada por aqui. Vamos começar com a aula.

Mais tarde, na hora do recreio.

Eric: O horário do recreio é o meu favorito!
Cameron: Falando sozinho Eric?
Eric: Não, estava conversando com o meu boneco do Capitão Perigo.
Cameron: Ah... cuidado para você não ficar igual a sua irmã.
Eric: O que você quer Cameron?
Cameron: Calma! Eu só vi você sentado aqui sozinho e resolvi te fazer companhia.
Eric: Eu não preciso da sua piedade! Eu fico sozinho por opção! Os outros garotos gostam de ficar jogando bola e eu não. Eu tinha um amigo que ficava comigo, mas eu nem sei o que aconteceu com ele...

Eric começa a ter um flashback. Ele e seu amigo John estão de frente para um poço.

Eric: John, você precisa descer esse poço para pegar minha moeda!
John: Mas é escuro e sombrio lá dentro!
Eric: Por isso mesmo eu não posso entrar! Agora vai!
John: Tudo bem, mas segura bem a corda! (John desce o poço amarrado a uma corda)
Emily: Eric, o programa do Capitão Perigo já vai começar...
Eric: Sério?! Já estou indo mãe! (Eric larga a corda)
John: Ahhh! Eric!

O flashback acaba.

Eric: Aquele maldito ainda roubou a minha moeda! (Parker aparece)
Parker: Oi Eric, tudo bem?
Eric: Oi Parker! Como foram as férias?
Parker: Normal, eu e minha família viajamos e fizemos coisas de gente rica.
Cameron: Você é Parker Quente, filho do mega ator Denver Quente?
Parker: Sim, sou eu mesmo! E você é?
Cameron: Cameron Perfeito, sua futura esposa.
Eric: Cameron! Você não ia se casar comigo?
Cameron: Acorda Eric, eu já passei dessa fase! Achei alguém mais rico.
Parker: Bem Eric, nós estamos sem um jogador no futebol. Você quer jogar?
Eric: Não, eu não gosto de jogar futebol.
Parker: Ah é... me esqueci. Bem, então tá! (Parker vai sair, mas vê o boneco do Capitão Perigo) Você gosta do Capitão Perigo?
Eric: Aham! Sou o fã numero um dele!
Parker: Eu também! Tenho todas as edições da historia em quadrinhos dele!
Eric: Nossa! Eu sei que nos conhecemos há anos, e quase nunca nos falamos antes, mas agora você virou meu melhor amigo!
Parker: Você também é o meu melhor amigo!
Cameron: Não é incrível como criança faz amizade com facilidade?
Eric: Dá o fora Cameron, ninguém aqui gosta de você!
Parker: É! Daqui a pouco você vai passar germes para a gente!
Cameron: Como garotos são infantis! (Cameron sai nervosa)
Eric: Você quer ir para minha casa hoje?
Parker: Adoraria!

Mais tarde, Eric e Parker saem da escola.

Eric: Nossa! Foi minha impressão ou esse foi o dia mais curto de aula que já tivemos?
Parker: Olha! Lá está o Gregg!
Eric: Oi Gregg!
Gregg: Oi Eric, oi Parker.
Eric: O Parker vai para minha casa hoje. Quer ir também?
Gregg: Desculpa-me Eric, mas eu não ando com perdedores. Minha reputação vai para o lixo se eu for visto com vocês!
Parker: Nossa Gregg! Como você é chato!
Eric: É! Aposto que você só é assim porque sua mãe é lésbica.
Gregg: O quê?! Minha mãe não é lésbica!
Eric e Parker: A mãe do Gregg é lésbica! A mãe do Gregg é lésbica!
Gregg: Calem a boca! A minha mãe não é lésbica! (Judith entra)
Judith: Oi querido.
Gregg: Oi mãe!
Judith: Como foi seu dia na escola hoje? Quem é sua nova professora?
Gregg: Aquela ali! (Gregg aponta para a professora Fea)
Judith: Aquilo?! Nossa Gregg, você nem consegue arranjar uma professora bonita para eu ficar flertando! Espero que sua irmã tenha uma. (Eles saem. Emily entra)
Emily: Vamos Eric, minha novela já vai começar.
Eric: Mãe, o Parker pode ir lá para casa hoje?
Emily: Ele vai me impedir de ver minha novela?
Eric: Hum... não.
Emily: Então ele pode. Eu nem sei por que preciso vir te buscar. Essa escola não oferece ônibus não?
Eric: Oferece, mas os motoristas estão em greve.
Emily: Malditos motoristas grevistas preguiçosos! Eles impedem que os verdadeiros trabalhadores trabalhem!
Parker: E o pior é que tem alguns pais que não podem vir pegar seus filhos na escola.
Emily: Hum... isso me dá uma idéia.

Uma van pára em frente a uma casa. Uma garotinha desce da van. Emily está dirigindo.

Emily: Tchau Camila! Fala para sua mãe que eu vou esperar o pagamento até amanhã. Se eu não receber eu mando meus amigos mafiosos atrás de vocês duas! (Emily fecha a porta da van) Bem Eric, nossa casa é a próxima parada.
Parker: Obrigado por nos trazer nessa van roubada senhora Normal.
Emily: Hey, é melhor você também pagar a corrida, engraçadinho!
Eric: Mas mãe, ele está comigo.
Emily: E quem disse que você não vai pagar?

Eles chegam na casa dos Normais.

Emily: Bem, aqui estamos. Eu vou indo. Acabei de descobrir que o Presidente vai vir hoje a Cosmópolis! Então eu vou até o aeroporto e fingir que sou a motorista dele para ganhar dinheiro.
Eric: Mas e a sua novela?
Emily: Que se dane a novela! Eu vou ganhar dinheiro!

Emily sai dirigindo. Eric e Parker entram na casa e sobem até o quarto do Eric. O quarto é todo branco, com uma TV e um vídeo-game e é extremamente organizado.

Parker: Nossa!
Eric: Desculpa a bagunça. Eu não estava esperando visitas.
Parker: (Vendo uma pilha de gibis) Esta é a sua coleção do Capitão Perigo?!
Eric: Uhum!
Parker: E por que está tudo plastificado?
Eric: É que eu tenho medo de papel...
Parker: Ah... (Margaret aparece com um prato de biscoitos)
Margaret: Oi crianças! Trouxe alguns biscoitinhos!
Harold: São cinco dinheiros por cada biscoito!
Margaret: Harold, não faça isso! Não seja burro! São dez dinheiros cada.
Harold: Ah Margaret, é por isso que eu te amo...
Eric: Vovó...
Margaret: Ah tudo bem! Pode ficar com eles de graça! Eu os fiz com massa vencida mesmo.
Harold: Cada vez eu me apaixono mais por você...

A tarde passa rapidamente...

Margaret: Eric, o irmão mais velho e extremamente bonito do seu amigo está aqui para buscá-lo.
Eric: Ah, que pena! Essa tarde foi tão divertida! Só tiveram poucos momentos ruins.
Parker: Pois é... mas agora eu sei que não posso mais beber água perto de você...
Eric: Quer vir aqui amanhã também?
Parker: Quero, seria ótimo!

Os dois descem. Aaron, um adolescente loiro de olhos verdes está lá embaixo.

Aaron: Oi irmãzinho! Divertiu-se?
Parker: Sim, vou voltar aqui amanhã.
Aaron: Tudo bem. Você deve ser o Eric?
Eric: Aham.
Aaron: Prazer, eu sou...
Julieta: Aaron Quente!!
Aaron: É, isso mesmo...
Julieta: Aaron Quente, o garoto mais popular da escola. Aaron Quente, o garoto mais lindo da cidade. Aaron Quente, o garoto com quem eu sonho toda noite!
Aaron: Hum...
Julieta: Você não sabe há quanto tempo eu esperei por esse momento! Quantos anos eu fiquei te espiando na sala de aula, nos corredores da escola, no vestiário masculino... esperando pelo dia em que você viesse se declarar para mim!
Aaron: Mas eu só vim buscar meu irmãozinho.
Julieta: Hein?
Eric: É Julieta! Não deu nenhum ataque de burrice ou cegueira nele para ele vir se declarar para você!
Julieta: Mas...
Aaron: Desculpa Julieta, mas agora nós precisamos ir. Te vejo semana que vem! Vamos Parker. (Eles saem)
Julieta: Todos os meus sonhos e esperanças foram despedaçados...
Eric: Ah, você já está acostumada a isso! Não se preocupe, ele volta amanhã.
Julieta: O quê?
Eric: É... ele deve vir buscar o Parker amanhã também.
Julieta: Então eu preciso armar um plano...
Eric: Você não tem aula amanhã não?
Julieta: Não, minhas aulas só começam semana que vem.
Eric: Sortuda...

No dia seguinte. Parker e Eric estão no quarto deste. Robert aparece.

Robert: Eric, está na hora de seu amigo ir.
Eric: Tudo bem papai. Ainda nenhuma notícia da mamãe?
Robert: Não, ela e o Presidente continuam desaparecidos...

Os três descem as escadas até a sala. Ao chegarem lá notam que Aaron não se encontra. Sentados no sofá estão apenas Harold e Margaret, pendurados sobre um vídeo-game portátil que Harold tem nas mãos.

Margaret: Pula Harold! Pula! Não seu idiota! Você pula com o ‘A’ e não com o ‘B’!
Harold: Pára de me estressar mulher! Isso é difícil!
Robert: Hum... onde está o irmão do Parker?
Harold: Hein? Ah, ele estava aqui há um minuto. Ele até me emprestou esse joguinho interessante. É sobre um cara que tem que salvar uma princesa de um bando de demônios do mal.
Margaret: O Harold, para gostar mais do jogo, mudou algumas coisinhas.
Harold: Eu só substitui o cara por eu, a princesa por dinheiro e os demônios do mal por banqueiros. Então, se você perceber eu não alterei quase nada.
Margaret: Harold! Presta atenção no jogo homem! O banqueiro acabou de te lançar um raio de fogo!
Harold: Ah não! Mais juros não!
Eric: Estranho... onde é que o Aaron pode estar?

Enquanto isso, no quarto da Julieta, Aaron se encontra amarrado a uma cadeira.

Julieta: Ai Aaron! Eu sonhei por tanto tempo com isso! Planejei durante anos e anos o plano perfeito, para capturar você e trazê-lo aqui!
Aaron: Então o seu plano perfeito, que consumiu anos e anos, consistia em me nocautear com um abajur e me arrastar até o seu quarto?
Julieta: (alguns minutos de silêncio) Tá, admito que não seja o melhor plano do mundo. Mas pelo menos deu certo!
Aaron: (levantando os braços, livrando-se das cordas) Julieta, você nem me amarrou à cadeira. Só girou a corda em volta de mim...
Julieta: Vai ficar jogando na minha cara que eu não sei dar nós?! (Julieta olha para os sapatos. Eles estão desamarrados. Ela começa a chorar)
Aaron: Calma Julieta... não precisa ficar assim...
Julieta: Eu tinha feito tantos planos para o nosso casamento...
Aaron: Julieta, você não pode obrigar ninguém a casar com você... pelo menos não no nosso estado. Acho que no Norte é permitido...
Julieta: Eu nunca vou ser amada...
Aaron: Não diga isso! Qualquer pessoa sempre tem o amor da família! (Julieta começa a chorar ainda mais forte) Bem... eu gosto de você Julieta.
Julieta: Sério?
Aaron: Como amigo! Mas sim... acho você muito legal! Só um pouco estranha as vezes. Tipo, nos momentos em que você me seqüestra e me amarra no seu quarto.
Julieta: Ah Aaron! Você é tão fofo! Quer dizer que ainda há chances de nós casarmos um dia?!
Aaron: Hum... eu nunca disse isso...
Julieta: Imagine eu, Sra. Julieta Quente!
Aaron: Ah, que se dane... pense o que você quiser.
Julieta: Eu esperarei por você meu amor.
Aaron: Hum... tudo bem. Agora posso ir? Tenho compromissos...
Julieta: Claro! E não se esqueça que, onde quer que você esteja, eu estarei te espiando.
Aaron: Quê?
Julieta: Quero dizer! Hum... eu não me importo quem veja, sempre estarei menstruando.
Aaron: Viu, esses são os momentos estranhos...

Fim

domingo, 15 de novembro de 2009

Que Condor Salve os Normais

É domingo de manhã, bem cedo. Toda a família, menos Emily, está reunida, de pijama na sala vendo TV. Emily aparece bem arrumada. Ela olha para todos.

Emily: O que vocês estão fazendo de pijamas? Arrumem-se todos, vamos para a Igreja! (Todos se assustam)
Robert: Para a Igreja?! O que foi que a gente fez?
Emily: Nada, só acho que poderíamos começar a ir para a Igreja a partir de hoje.
Julieta: Ah mãe! Por que você faz isso comigo? Por que você me odeia tanto?
Emily: Porque você é feia! É por isso que te odeio! Agora vai se arrumar senão chegaremos atrasados!
Robert: Emily, nós estamos vendo o marinheiro Bob e não vamos sair daqui até você nos explicar por que quer ir para a Igreja!
Emily: Tudo bem, quer saber por quê? Porque eu descobri que nossa Igreja dá comida de graça aos necessitados depois da missa. Aí eu pensei... por que temos que pagar comida se nossa Igreja a oferece a nós sem cobrar nada!?
Harold: Faz sentido pra mim!
Robert: Tudo bem, vou me arrumar.
Emily: Ótimo, crianças troquem de roupa. E Julieta, bote alguma roupa bonita para variar!

Os Normais, arrumados, chegam à Igreja. O padre está na porta cumprimentando quem chega!

Padre Lino: Ora, vejo que temos caras novas hoje! Sejam bem-vindos a nossa Igreja! A Igreja Condoreliana fica feliz por tê-los hoje! Podem entrar a missa já vai começar.

Todos entram na Igreja e se sentam. O Padre Lino vai ao meio da parte da frente da Igreja e começa a falar.

Lino: Irmãos Condorelianos, estamos aqui hoje reunidos para dar graças a tudo que nosso deus Condor tem nos agraciado e a pedir para que ele continue a cuidar de nós. (Julieta levanta a mão. Padre Lino se surpreende) Sim garotinha?
Julieta: Quando é que vai ter a comida de graça?
P. Lino: O nosso bandejão é só depois da missa. Agora, se todos abrirem o Grande Livro do saber na pagina 578 eu gostaria de ler uma passagem.

20 minutos depois.

Robert: (pensando) Eu não agüento mais! Será que esse homem nunca vai parar de falar?!
Margaret: (pensando) Nossa, o padre tem uma verruga enorme no queixo. Ele devia fazer uma cirurgia para remover aquilo.
Harold: (pensando) Droga, a cesta da coleta está vindo para cá. Será que eles vão reparar se eu colocar um ticket para aulas de swingue de graça?
Eric: Mamãe, o padre está me assustando.
Emily: O quê? Ah, Eric, não acredito que você está com medo do padre. Ele não está falando nada de errado.
P. Lino: ENTÃO NOSSO DEUS CONDOR JOGOU PRAGA NOS INFIEIS E ELES SOFRERAM PELO RESTO DA ETERNIDADE NAS LABAREDAS HORRIVEIS DO INFERNO!
Emily: Viu, ele é inofensivo. Agora deixe a mamãe voltar a dormir.

3 horas de missa se passaram. Todos os Normais estavam dormindo. Menos Eric, que prestava atenção a todas as palavras do padre.

P. Lino: E assim o reino do céu foi destinado a todos aqueles que cumpriram as leis Condorelianas. Espero que tenham aproveitado a missa, nosso bandejão será servido agora. (Os Normais acordam)
Emily: Finalmente!
Robert: Eu que o diga, mais um pouco e eu iria decompor.

Eric se levanta e vai falar com o padre Lino.

Eric: Padre Lino, é verdade isso que você falou?
P. Lino: Sim, meu jovem, é tudo verdade. A Igreja Condoreliana odeia mentiras acima de tudo.
Eric: E é verdade que Condor pune os infiéis? Aqueles que não seguem sua lei?
P. Lino: Infelizmente sim, Condor oferece muito a muitas pessoas. Algumas não sabem reconhecer isso e são castigadas.
Eric: E como eu faço para não ser castigado?
P. Lino: É só viver a vida amando nosso deus e seguindo seus ditos. Mas, é claro, você tem que ser batizado de acordo com nossa religião. Você é, não é?
Eric: Eu... eu não sei.

Eric vai falar com sua mãe, que está na fila do bandejão.

Eric: Mãe, eu sou batizado?
Emily: Claro que não, querido.
Eric: O quê?!
Emily: Calma amor, nós fizemos isso para seu próprio bem. Julieta foi batizada e, bem, você viu o que ela virou. Não quisemos cometer o mesmo erro com você.
Eric: Mas então eu sou um pecador horrível que vai para o inferno! Eu não posso ir para o inferno mãe! Eu vou morrer lá! Eles comem gente como eu no café da manhã!
Emily: Ah, que bonitinho! Falando em comida eu estou com fome. Pegue seu prato logo porque você não vai comer do meu!

Margaret e Harold estão a fila também. Eles chegaram perto da panela grande. Padre Lino está servindo as pessoas lá.

Margaret: Me sirva bastante comida! Estou com fome depois daquele discurso chato e interminável daquele padre!
P. Lino: Eu estou bem aqui.
Margaret: E o que eu tenho a ver com isso?! Rápido, meu filho!

Todos se sentam à mesa com seus pratos para comer. Padre Lino se levanta.

P. Lino: Irmãos, vamos fazer uma oração pela comida.
Robert: Outra oração! Já não bastam as 3 horas que tivemos que agüentar!
Padre Lino: Desculpe-me, mas é costume orar antes das refeições.
Robert: Bem, pelo visto vocês têm muitos costumes aqui!
Padre Lino: Tudo bem, podemos pular a oração hoje. Boa comida!

Os Normais olham para seus pratos.

Emily: Que gororoba nojenta é essa?!
Harold: Pela visto é nossa comida.
Eric: Não devíamos reclamar da comida... ela foi-nos dada como símbolo de irmandade e bondade. (Eric é ignorado)
Margaret: Agora entendo por que esse bandejão é para necessitados. Só mesmo sendo muito pobre e faminto eu alguém vai conseguir comer isso!
Robert: Esperamos 3 horas para comer isso! Que bando de mesquinhos filhos-da-mãe! Obrigam-nos a agüenta-los e nem nos servem comida descente!
Emily: Pra mim já chega. Vamos embora e pedir uma pizza!
Julieta: Eba, comida boa!
Emily: Você não vai comer a pizza. Se você comer um pedaço algum de nós não vai poder repetir! É isso que você quer?!
Robert: Calma querida, vai ser melhor assim... Pelo menos você não fica mais gorda do que já é.
Emily: Isso mesmo, agora vamos... Estou morrendo de fome!!
Eric: Mãe, eu quero ser batizado.
Emily: Ah, desculpa querido, não estava prestando atenção. Depois você fala. Vamos sair desse lugar que já estou ficando deprimida aqui.
Robert: Pois é... Igreja, nunca mais!

Alguns dias depois, Robert está na sala lendo o jornal. Eric entra e vai falar com o pai.

Eric: Pai, eu quero ser batizado!
Robert: De onde você tirou essa idéia maluca?
Eric: Daquele dia que fomos à Igreja Condoreliana. O padre falou que se eu não for batizado vou para o inferno... E eu tenho medo de ir para o inferno, pai!
Robert: Eric, sua mãe e eu decidimos a muito tempo não batiza-lo. Na depois da pegadinha que Condor nos deu fazendo sua irmã ficar feia daquele jeito! Além do mais, você tem medo de jogar água na cabeça. Fica gritando que vai se afogar! Como é que espera ser batizado?
Eric: Mas pai, você, a mamãe, a vovó, o vovô e a Julieta não foram batizados?
Robert: Sim.
Eric: Então! Eu sou o único que não foi. Ou seja, eu vou ser o único que vai para o inferno enquanto vocês vão para o céu. Não quero ficar lá sozinho!
Robert: Eric, eu duvido que a Julieta vá para o céu. Então ela fará companhia para você no inferno.
Eric: Ah pai, eu não quero passar o resto da eternidade com a Julieta! Quer que eu sofra mais ainda!?
Robert: Você realmente quer ser batizado?
Eric: Sim!
Robert: Depois você me deixa ler o jornal em paz?
Eric: Aham!
Robert: Então vamos acabar logo com isso. Mas depois não me culpe se você ficar feio como sua irmã.

Toda a família está reunida na Igreja, onde uma série de crianças aguardam para serem batizadas. Algumas estão chorando.

Margaret: Eu odeio crianças! Odiava vocês dois quando eram pequenos. Se bem que acho que odeio a Julieta mais agora.
Emily: O que estamos fazendo nesta igreja?! Achei que tínhamos combinado de nunca mais voltar aqui!
Robert: Combinamos, mas nosso filho quer e você sabe como eu não consigo dizer não para os meus filhos...
Julieta: Pai, me dá 25 centavos?
Robert: NÃO!!
Harold: Ah, entrar na igreja me lembra os dias em que nos dois vínhamos toda semana... lembra Margaret?
Margaret: Claro que lembro. Eu vinha sempre para pedir que meu filho parasse de brincar com bonecas e se torna-se mais masculino. Mas depois de um tempo desisti e parei de vir. Talvez tenha sido por isso que Condor tenha me sacaneado enviando a Julieta.

Padre Lino se aproxima.

P. Lino: Que bom que vocês voltaram.
Emily: Sem papo furado padre, se é que esse é seu nome verdadeiro! Estamos aqui apenas para batizar o Eric e depois vamos dar o fora.
P. Lino: Ah, bem, vocês é que sabem. A casa de Condor estará sempre aberta para vocês se precisarem.
Robert: Sim padre! Nós sabemos! Ficamos 3 horas ouvindo o senhor falar esse bla bla bla. Só queremos batizar o garoto, não viemos para tomar chá e comer biscoitos com você!
P. Lino: Tudo bem... O batismo já vai começar.
Eric: Viu Julieta, eu vou ser batizado e vou para o céu! Aí você vai ter que ficar no inferno sozinha!
Julieta: Nem me importo! Vai ser até bom! A ultima vez que nós tentamos socializar não foi legal!

Julieta começa a ter um flashback. Ela está no quintal da casa brincando com um graveto. Eric se aproxima dela, ele está com alguns amigos.

Eric: Julieta, quer brincar comigo e com alguns amigos?
Julieta: Sério?! Vocês querem brincar comigo!? Eu aceito! Do que vamos brincar?
Eric: Estava pensando em brincarmos de super-herói! Você será o monstro feio do mal e nós seremos os heróis que temos que detê-la!
Julieta: Tudo bem... o que tenho que fazer?
Eric: Só fique parada aí. (Eric se volta para os amigos dele) Muito bem gente, atacar!

As crianças jogam uma pedra na cabeça de Julieta que cai no chão machucada. Eles começam a bombardeá-la com pedras. O flashback acaba.

Emily: Padre, vai demorar muito? Tenho compromisso no salão.
P. Lino: Tudo bem, pode trazer o Eric aqui.
Eric: O que ele vai fazer?
Robert: Ele vai jogar uma água na sua cabeça e pronto... Você estará batizado. Eu sei que nós poderíamos ter feito isso em casa mesmo, com água da pia, mas parece que nós temos que vir aqui para o padre fazer isso!
Harold: É, pelo visto a água do encanamento da igreja tem algo que as outras não têm.
Robert: Para mim é só mais uma desculpa para nos arrastar até aqui.
Eric: Espere um minuto, eles vão jogar água na minha cabeça?! Mas e se eu me afogar!
Robert: Eu te avisei. Vamos logo com isso.
Eric: Mas eu não quero, eu posso morrer! Eu não quero pai, por favor, eu não quero!
Emily: Cala a boca! Você não me fez levantar cedo, botar calcinhas limpas e vestir uma roupa legal só para ter que ir para casa sem termos batizado você! Agora vai lá e deixa o padre jogar sua cabeça dentro da água antes que eu mesma o faça! (todos começam a olhar para Emily) Tão olhando o que bando de vagabundos!? Não tem o que fazer? (todos param de olhar)
Eric: (sussurrando) Tudo bem. Eu vou...

Algum tempo depois... Os Normais saem da Igreja.

Emily: Finalmente! Achei que nunca sairíamos desse inferno de lugar! Agora nunca mais volto aqui!
Harold: E aí Eric? Está se sentindo diferente agora que é batizado?
Eric: Não muito, mas pelo menos agora tenho certeza que minha alma está salva.
Robert: Olhem, tem um táxi ali!
Margaret: Droga, tem uma velhinha de bengala indo pega-lo.
Emily: Rápido, eu vou derrubar a velhinha! Corram e entrem no táxi.
Eric: Mal posso esperar para chegarmos ao céu!

Fim

domingo, 8 de novembro de 2009

Conheça os Perfeitos

Emily está sentada em cima da sua cama, penteando seus cabelos. Robert está se arrumando para ir trabalhar.

Robert: Eu ainda estou muito irritado com aquela mulher! A Kalia, dona das empresas Brindi, lembra-se dela?
Emily: Uhum... ela veio aqui semana passada não é?
Robert: É! Nem acredito que deixei aquela mulher entrar na minha casa!
Harold: É, ela gastou nossa comida.
Emily: O que você está fazendo no nosso quarto?
Harold: Nossa, eu nem posso mais fazer meu passeio matinal pelos cômodos! (Harold sai)
Robert: De qualquer maneira... ela chega hoje ao nosso bairro! Vai se mudar para cá junto com toda a familiazinha perfeita dela! Como a odeio! Ela copiou a Cindy!
Emily: Não seja burro Robert! Ela não copiou a Cindy, só fez uma versão afro descendente dela! Além do mais, você não deveria guardar tanto ódio no coração. Faz mal para você.
Julieta: Oi mãe!
Emily: Eu te odeio! Já falei para as pessoas saírem do meu quarto! (Julieta sai correndo e chorando)

Robert e Emily descem até a cozinha. Margaret e Eric estão tomando café.

Emily: Nossa, a Julieta é tão gorda e lerda que, mesmo ela correndo na nossa frente, nós chegamos antes dela para o café da manhã...
Julieta: Falando de mim pessoal?
Emily: Não querida, não é bom falar de coisas ruins durante as refeições.
Eric: Mamãe, eu ouvi barulhos estranhos do seu quarto ontem a noite...
Emily: Sim querido, fui eu tentando fingir um orgasmo.
Margaret: Sabe Emily, as vezes eu acho que você fala umas coisas muito inapropriadas para as crianças...
Eric: Vovó, tem uma mosca no meu cereal.
Margaret: Porra, caralho! Será que você não consegue ficar quieto!?
Robert: (abrindo o jornal) Ah não!
Emily: Ah, está na hora de fingir que me importo... o que aconteceu amor?
Robert: Eu estava lendo a Seção da Cindy no jornal! Olha só essa matéria!

Emily dá uma olhada no jornal. O título da matéria é “Cindy em extinção! Bonecas Brindi começam a ameaçar as empresas de Robert Joseph Normal”

Harold: Rápido! Venham ver isso aqui! (Os Normais vão até a sala, onde Kalia Perfeito está dando uma entrevista na TV)

Melda Barroso: Bom dia Cosmópolis! E bem vindos a mais uma edição de “Fashion Dollz”! Eu sou Melda Barroso e nossa entrevistada do dia é a dona das empresas Brindi, Kalia Perfeito!
Kalia: Bom dia Melda.
Melda: Kalia, você está se mudando para Cosmópolis hoje, certo?
Kalia: Sim, isso é correto.
Melda: Você pretende conseguir a soberania de vendas de bonecas nessa cidade, que até agora era dominada pelas empresas Cindy?
Kalia: Duhh... Achei que você era mais inteligente... quero dizer... Sim!
Melda: E o que você diria a Robert Normal?
Kalia: Eu só queria dizer que Na-na-na-na-na! Eu sou muito melhor que você e você é bobo! (Robert desliga a TV)
Robert: Nossa, como ela é infantil! Dizendo que eu sou bobo! Pelo menos eu não sou feio como ela!
Emily: Olha, um carro está estacionando na nova casa dos Perfeitos!
Margaret: Espere um minuto, eu achei que aquilo era uma entrevista ao vivo... como ela chegou aqui tão rápido?
Harold: Querida, ignore os furos do roteiro! Vamos espiar nossos vizinhos!

Os Normais vão para o terraço da frente e se escondem atrás de um arbusto. Os Perfeitos saem do carro. Além de Kalia também há um homem negro alto, uma adolescente de longos cabelos e batom brilhante e uma garotinha de cabelos castanhos.
O homem carrega no colo um bebê.

Kalia: Muito bem família! Aqui é a nossa nova casa! E aquela ali é a casa dos nossos inimigos mortais!
Sebastian: Não fale isso querida! Aposto que eles são legais!
Kalia: Então por que você não se casa com eles?! Eu não preciso de você mesmo! Você nem trabalha mais!
Sebastian: Calma querida! Eu já te falei que sou dono de casa! E lembre-se que eu me demiti do meu emprego como chef de cozinha para nos mudarmos para cá!
Kalia: Tem razão querido. Desculpa-me. É que ver aquela casa me dá nos nervos!
Cameron: Mamãe, naquela casa tem alguém da minha idade para eu fazer amizade?
Kalia: Tem meu amor, mas você não pode se aproximar dele. (sussurrando) Ele tem problemas...
Sebastian: E você Tiffany? Não quer saber dos nossos vizinhos?
Tiffany: (olhando as unhas) Tem algum garoto bonito?
Kalia: Tem uma coisa que parece um garoto, mas não nada bonito...
Tiffany: Então eu não me importo!

Do outro lado da rua os Normais continuam observando.

Margaret: Olha, eu fiz esse bolo para entregarmos a eles como presente de boas-vindas!
Harold: O quê?! Você fez um bolo para eles?! E de graça?!
Margaret: Calma, eu envenenei o bolo. Eles vão passar muito mal quando comerem.
Robert: E podemos aproveitar para entrar na casa deles e espionar quais são os novos projetos dela para a Brindi!
Emily: É brilhante! Vamos logo!

Os Normais se levantam e atravessam a rua.

Robert: Bom dia Kalia!
Kalia: Robert, falando no diabo!
Robert: Eu não te dei o direito de falar da minha filha assim!
Emily: É, e aliás nós viemos aqui trazer um presente de boa vindas para vocês!
Sebastian: Que atencioso!
Emily: Cala a boca seu gay!
Kalia: Hey! A orientação sexual do meu marido não importa! Cadê o bolo afinal?
Margaret: Eu deixei com a Julieta. (eles se viram. Julieta comeu todo o bolo)
Robert: Garota idiota! Você comeu o bolo envenenado!
Julieta: Desculpa... (Tiffany olha para a Julieta. Música celestial começa a tocar)
Tiffany: Minha nossa! Mãe, por que você nunca me falou que essa garota existia?
Kalia: Sinceramente? Eu estava em dúvida se era uma garota mesmo.
Tiffany: Mas ela é o objeto de zoação perfeito! Ela vai ser a pessoa que eu mais vou esculhambar em toda minha vida! Ela tem material infinito! E se ela falar com os moveis melhor ainda!
Julieta: Oi, quero ser sua nova amiga!
Tiffany: Eu prefiro enfiar cinco mil agulhas no meu olho.
Julieta: Isso não seria extremamente desconfortável?
Tiffany: E o que você acha que ser sua amiga é? (Julieta sai correndo e chorando)
Emily: Não se preocupem... ela sempre faz isso.
Harold: Droga, nós sempre somos excluídos por sermos da terceira idade! Que será o nosso inimigo mortal!?
Eric: Não fique triste vovô. Daqui a pouco você vai estar morto mesmo! (Cameron olha para Eric. Música Romântica começa a tocar)
Cameron: Mas que garoto lindo! Estou completamente apaixonada e quero me casar com ele hoje mesmo!
Kalia: Não seja burra Cameron! Você não vive em um conto de fadas!
Eric: E eu não quero me casar com você... tenho medo de casamentos.
Cameron: Por quê?
Eric: Você já deu uma olhada para minha família?
Robert: Ok, já chega de socializar! Vamos voltar para casa família!

Os Normais voltam para casa. Os Perfeitos entram na sua. No dia seguinte, Sebastian e Cameron Perfeito batem na porta dos Normais. Emily atende.

Emily: Você de novo?
Sebastian: Eu achei de bom tom vir falar com vocês hoje, já que ontem o dia não foi... perfeito! Entendeu? É o meu sobrenome!
Emily: Ah, é impressionante! Além de gay você é sem graça!
Sebastian: Bem, nem nos apresentamos direito! Meu nome é Sebastian Perfeito.
Emily: Tanto faz... meu nome é Emily. O que você quer aqui afinal?
Sebastian: Minha filha Cameron que saber se seu filho está livre para brincar!
Emily: (gritando) Eric venha aqui agora! (Eric desce correndo)
Eric: Sim mamãe?
Emily: Vá brincar com aquela garota!
Eric: Mas eu não quero brincar com ela. Eu tenho medo de garotas!
Emily: Ah não! Já não basta seu pai e seu avô!? Agora você também é gay!?
Eric: Tudo bem, eu vou. (Eric sai e se junta a Cameron)
Sebastian: Com licença Emily, qual sua obsessão por pessoas gays?
Emily: Meus pais eram hippies... vai entender.
Sebastian: Bem, posso entrar? Eu trouxe uma salada especial, que eu adorava fazer no meu restaurante!
Emily: Salada?! Eu tenho cara de vegetariana?
Sebastian: Não, você mantém até que bem sua forma...
Emily: Agora está me chamando de gorda! Me dá essa salada logo! (Emily pega a salada da mão de Sebastian) Então, você tem mais alguma coisa para falar da sua vida patética antes que eu feche a porta na sua cara?
Sebastian: Bem, eu...
Emily: Tarde demais! (Emily bate a porta na cara de Sebastian)

Eric e Cameron estão brincando no quintal.

Cameron: Eric, vamos brincar de “Policia e Ladrão”?
Eric: Tudo bem, mas você vai ter que ser a ladra já que é negra.
Cameron: Hum... tudo bem! Contanto que eu esteja perto de você. Você sabe o que os policiais fazem com os ladrões na cadeia?
Eric: Hum... não. Espancam?
Cameron: Ah é? Minha irmã sempre falou que eles enfiavam o cacetete...
Eric: Pensando melhor, essa brincadeira parece ser muito perigosa. Eu posso entrar no meio de um tiroteio, receber um tiro e ficar invalido pelo resto de minha vida.
Cameron: Tudo bem, quer brincar de bonecas Brindi?
Eric: Tenho medo de bonecas.
Cameron: Quer brincar de bola?
Eric: Se eu tenho medo de bonecas, por que você acha que eu não teria medo de bolas?
Cameron: Quer brincar de “Bate palminha bate”?
Eric: Já percebeu que tem o verbo bater duas vezes nessa brincadeira?
Cameron: Essa ninguém tem medo! Quer brincar de “Pedra, Papel e Tesoura”?
Eric: Hum... tesouras são perigosas, pedras são perigosas, papeis são perigosos... os três juntos são piores ainda!
Cameron: Nossa! Você tem sorte que é bonito!

Julieta e Tiffany estão no quarto desta.

Julieta: Aí eu falei pela Sra. Bringles “Ah, Sra. Bringles, você só é uma mesinha, você não tem mãos para pegar...”
Tiffany: Espera um minuto! Como você conseguiu entrar no meu quarto.
Julieta: Eu invadi pela janela.
Tiffany: Fora daqui! Eu te odeio! Você é minha inimiga mortal!
Julieta: Ah, eu já ouvi isso de todo mundo!
Tiffany: Devo imaginar! Com essa sua aparência, burrice e obesidade! Qualquer um seria odiado!
Julieta: Eu nem sempre fui assim!
Tiffany: Eu pareço estar interessada?

Julieta começa a ter um flashback. Toda a família esta passeando perto de um tanque de tubarões no Sea World. Emily está grávida e Julieta tem sete anos e é bonita.

Guia: Aqui está o tanque dos tubarões assassinos da Austrália! Não cheguem muito perto do tanque....vocês podem ser devorados, ou pior, virarem uma garota feia e odiada para o resto de suas vidas!
Julieta: Ah que legal mamãe! Posso ver de perto?
Emily: Claro filinha que eu amo porque é linda! Só tome cuidado para não se machucar!
Julieta: Que legal! (Julieta sai correndo. Tiffany Perfeito aparece)
Tiffany: Surpresa! (Tiffany empurra Julieta, ela cai no tanque) Ops! É melhor eu sair daqui!
Robert: Ah não! A Julieta caiu acidentalmente no tanque de tubarões assassinos da Austrália! Alguém chame um médico!

Corta a cena. Toda a família esta no hospital. Julieta está toda enfaixada.

Médico: Temos boas noticias! Ela não morreu!
Emily: Graças a Condor ela está viva!
Médico: Infelizmente ela foi deformada, virou obesa e seu cérebro foi afetado! Aqui é como ela vai ser pro resto da vida... (o medico tira as faixas do rosto de Julieta. Emily se assusta)
Emily: Tem certeza que ela não vai morrer?!

O flashback acaba.

Tiffany: Desculpa. Eu estava devaneando durante o flashback inteiro. Agora saia do meu quarto! (Julieta pula da janela)
Julieta: Aii!! Eu estou bem!
Tiffany: Acho que vou jogar esse cofre pela janela hoje. (Tiffany joga o cofre)
Julieta: AII!!! Eu ainda estou bem...

Robert, Emily, Sebastian e Kalia estão numa mesa de pôquer.

Sebastian: Não é divertido! Duas famílias felizes, que não são inimigas mortais, jogando pôquer.
Robert: Eu odeio você.
Kalia: Eu te odeio mais ainda.
Sebastian: Eu gosto de saber que estou invisível.
Emily: Então Sebastian, o que você faz?
Sebastian: Você realmente quer saber da minha vida?
Emily: Claro! Quanto mais eu souber, mais vou poder te sacanear!
Sebastian: Bem, eu era chef de cozinha, mas tive que me demitir para nos mudarmos para cá. Agora sou dono de casa.
Emily: Dono de Casa?! Essa é boa! Não há nada mais inútil do que dono de casa!
Robert: Querida, você não é dona de casa?
Emily: Você já me viu limpando algum móvel?
Robert: É, você tem razão!
Emily: Além do mais, um homem que fala que é dono de casa quer dizer que é desempregado e preguiçoso demais para procurar um emprego!
Sebastian: Com licença, você tem um emprego?
Emily: Agora eu estou irritada! Você entra na minha casa e não para de me insultar!
Kalia: Mas essa casa é nossa!
Robert: Já chega! Ninguém fala com minha esposa assim! Vamos embora Emily!
Emily: Vamos!
Kalia: As famílias continuam sendo inimigas mortais! E nada vai mudar isso!
Sebastian: Tchau Emily, espero encontrar vocês mais vezes!
Emily, Robert e Kalia: Cala a boca Sebastian!

Os Normais estão todos reunidos na sala de estar deles.

Emily: Esses Perfeitos! Mal acabaram de chegar e já estragaram a vizinhança!
Robert: Eu falei que eles não eram boas coisas! E o pior é que a boneca Brindi está fazendo sucesso em Cosmópolis!
Emily: Não por muito tempo. (Emily abana uns papeis)
Robert: Emily, você roubou os projetos?! Se isso é uma prova de amor eu não sei o que é!
Emily: Que amor que nada! Quanto mais dinheiro você faz, mais rica eu fico!
Robert: Mas eu ainda tenho a impressão que ainda vamos ter que aguentar esses Perfeitos por muito tempo.

Fim

domingo, 1 de novembro de 2009

Especial: O Misterioso caso da Mansão Medíocre

Robert, Margaret, Harold e Eric estão sentados na sala de estar vendo TV. Está passando uma maratona de filmes de terror no Canal B. Eric está em posição fetal agarrado a Margaret.

Margaret: Porra garoto chato do caralho! Não dá para me largar? Está chegando na parte boa do filme!
Eric: Desculpa vovó... é que eu vivo aqui nessa casa há dez anos e ninguém percebeu que eu tenho medo das coisas e me obrigam a ver um filme de terror!
Margaret: Ah querido, nós percebemos. Nós fazemos isso de propósito.
Robert: Fiquem quietos. Essa parte é boa. É a parte em que a Rosie O’Donnell tira a máscara de monstro e revela seu rosto verdadeiro!
Harold: É verdade! É a parte mais assustadora do filme.
Robert: Falando em coisas assustadoras, onde está a Julieta?
Margaret: Ah, eu a tranquei no sótão e a mandei ficar fazendo barulhos terríveis. Para dar o clima de dia das Bruxas.
Eric: (ainda se tremendo) Eu odeio esta data. Por que tinham de fazer um feriado chamado “Dia das bruxas”? Eu morro de medo de bruxas! E de feriados... pelo amor de Condor, são dias mais longos que os normais!
Harold: Não se preocupe Eric. Eu também odeio essas datas comemorativas! Elas só servem para gastar nosso precioso dinheiro!
Eric: Vovô, as vezes você me assusta...
Margaret: Pelo menos até agora nenhuma criança chata veio batendo à nossa porta querendo doces ou amor.
Harold: Nem me diga. Como eu odeio aquelas crianças! Elas me obrigam a gastar dinheiro com guloseimas...
Robert: Papai, o senhor nunca as dá nada! É por isso que sempre amanhecemos com vários sacos de ovos podres em nossa porta!
Harold: Me agradeça por te proporcionar uma bela omelete, sem que nenhum dinheiro seja gasto...

Emily entra pela porta da frente. Ela está com uma carta nas mãos!

Emily: Família, tenho uma boa noticia! Alguém morreu!
Robert: Emily, onde você estava? Já está escuro.
Emily: Ah eu invadi a festa de dia das Bruxas do Denver Quente. Aí fiquei lá me jogando para os atores famosos.
Robert: O quê?
Emily: O quê que foi? Eu estou casada, mas não estou morta. Agora fiquem quietos. Recebemos uma carta hoje.
Margaret: Uma carta? No dia das Bruxas? Às oito da noite?
Emily: Silêncio velha! A carta é de um parente distante. Acho que é uma prima sua Harold. O nome dela é Ma Medíocre.
Harold: Nunca ouvi falar! Deve ser minha prima mesmo.
Emily: O filho dela nos mandou essa carta dizendo que seu tio, que no caso também seria primo seu, faleceu e nos colocou na herança!
Harold: Ah Emily... é melhor você desistir. Eu sou a única pessoa bem sucedida da minha família. Provavelmente ele nos deixou alguma porcaria, como uma cria de ratos, uma fazenda abandonada ou um CD dos Jonas Brothers.
Emily: Não, não. Ele nos deixou algo bom! Nos deixou sua mansão gigantesca e toda sua fortuna de mais de dez milhões de dinheiros!
Harold: Aquele velho desgraçado! Como eu o amo! Onde está o nosso dinheiro.
Emily: Pelo jeito não é tão simples assim...
Margaret: Por que não?
Emily: Bem, ele nos deixou na herança, mas também deixou sua irmã Ma e os filhos dela.
Harold: Ah Ma, aquela vadia... eu sempre a odiei, desde que éramos crianças.
Eric: Mas você tinha falado que nunca havia ouvido dela.
Margaret: Eric, não atrapalhe os devaneios do seu avô. Ele está ficando maluco.
Emily: Para herdarmos a fortuna teremos que passar uma noite inteira na mansão mal assombrada do velho.
Robert: E onde fica essa mansão?

Emily aponta para fora da casa. No topo de uma montanha está uma mansão caindo aos pedaços. Uma nuvem negra está sobre a casa lançando raios ao redor dela.

Robert: Como é que eu nunca vi essa casa aí antes?
Margaret: Bem, isso explica como a carta chegou rápido.
Emily: Precisamos partir agora mesmo. Devem estar nos esperando.
Eric: Vocês beberam? Eu não vou para aquele lugar! Estou com medo só de ver a carta que a mamãe trouxe! Tem papel demais nela. Eu não quero ir para lá.
Margaret: Ah você vai! Senão a gente não vai ganhar nosso dinheiro.
Harold: É! E aí você vai ter mais coisas para temer!
Eric: Por que todo mundo dessa família me ameaça sempre?
Emily: Ah querido, isso não é verdade. Agora vá buscar sua irmã antes que eu acabe com sua cara.

Corta a cena. O carro dos Normais chega à mansão. Eles saem e vão até a porta.

Julieta: Finalmente eu sai daquele sótão! Eu estava lá presa desde hoje de manhã. Estava morrendo de fome.
Margaret: Não é possível! Eu te dei comida!
Julieta: Você me jogou pedras!
Margaret: No meu tempo comíamos isso... você nunca provou a comida da minha mãe.
Robert: Muito bem família. Nós temos que nos ver livres desses competidores.
Emily: Concordo com você. Se ambas as família ficarem na casa até amanhã de manhã ambas ganham!
Robert: E aí vamos ter que dividir a herança com eles!
Harold: Eu nunca fui muito bom de dividir.

Harold tem um flashback. Ele e sua irmã são bebês no berço. Harold está com cinco mamadeiras na mão. Sua irmã está morrendo de anorexia. O flashback acaba.

Eric: Eu tenho uma dúvida... nossa família já não é podre de rica? Por que nós não dividimos a herança?
Harold: Depois você se pergunta porque é a segunda pessoa mais odiada dessa família.
Julieta: (para Eric) Na na na na na na! Eu vou sempre ganhar de você nisso!
Eric: Que patética...

Robert toca a campainha da casa. Um mordomo careca com uma corcunda atende a porta.

Humfrey: Sim?
Eric: Minha nossa senhora amada!
Emily: Eric! Não é educado ficar encarando as pessoas só por causa da feiúra descomunal delas. Fala na cara mesmo!
Robert: Nós estamos aqui porque recebemos uma carta... referente à morte de uma pessoa que eu não faço ideia de quem seja.
Humfrey: Ah sim! Podem entrar, estávamos esperando vocês.

Humfrey sai do caminho e deixa todos entrarem. Ele então os leva para o salão principal. Lá algumas pessoas estão em pé.

Um homem gordo e baixinho está parado de roupão bege e pantufas e ursinho ao lado de uma cadeira de rodas. Do outro lado da cadeira está um homem alto e magro, vestindo um terno cinza. Ele está abraçado com uma mulher de longos cabelos pretos e um vestido que cobre todas as partes do corpo. Uma mulher de aproximadamente cinquenta anos está parada perto da lareira. Ela tem cabelos um pouco grisalhos e usa um grande chapéu e um longo vestido, ambos azuis. Correndo pela sala está uma garota pequena com cabelos ruivos e presos em duas maria chiquinhas. Um adolescente de cabelos pretos está sentado entediado em uma das cadeiras. Na cadeira de rodas está uma senhora velha e imóvel.

Emily: Isso é a nossa concorrência?!
Margaret: Realmente... vai ser fácil assustá-los daqui.
Epaminondas: Nós conseguimos ouvi-los daqui.
Emily: Que falta de educação ficar bisbilhotando conversa alheia!
Epaminondas: Você deve ser o primo da Ma... ela falava tanto em você.
Harold: Ela está morta?
Thorton: Hum... não. Quero dizer, a gente não sabe direito...
Jezebel: É que mamãe é cega, surda, muda e tetraplégica. Ou seja, ninguém sabe direito se ele está morta ou não.
Epaminondas: Por via das dúvidas nós a deixamos aqui nessa cadeira. Eu sou Epaminondas Medíocre. Esses são meus filhos, Marrom Medíocre e Glacê Medíocre.
Emily: Que porra de nome é esse?
Julieta: Eu fiquei com fome...
Jezebel: Eu sou Jezebel Medíocre. Esses atrás de mim são... Eles...
Robert: Não tem ninguém atrás de você.
Jezebel: Eles estão em todo lugar.
Robert: Tá bom... essa vai ser a mais fácil de assustar.
Thorton: Eu sou Thorton Medíocre e essa é minha esposa Morgana.
Morgana: Que o bom Condor esteja com vocês.
Thorton: Não ligue para ela... ela passa metade do dia dela na igreja rezando.
Humfrey: O jantar está servido...

Todos vão para a sala de jantar. Uma mesa gigante está posta. Todos se sentam ao redor dela.

Julieta: Oi, meu nome é Julieta! Eu quero amigos.
Marrom: Ah... oi. Eu sou Marrom. Eu tenho esse nome devido à infelicidade da obesidade dos meus pais.
Julieta: Eu também sou infeliz!
Marrom: Você parece ser legal.
Julieta: Eu te amo.
Marrom: O quê?
Julieta: Quero dizer... eu te amo. Merda!
Eric: Você pode me passar a manteiga?
Glacê: Não.
Eric: Tudo bem... eu tenho medo de manteiga mesmo... ela vem de vacas... e vacas tem chifre... ou seja, manteiga é do diabo.
Emily: Sabe quem mais tem chifres?
Robert: Já chega mulher! Fique quieta!
Thorton: Então Robert, o que você faz da vida?
Robert: Bem... para sintetizar ao máximo, eu sou o criador, presidente e dono das empresas Cindy! As produtoras das belas e maravilhosas bonecas Cindy! Meus orgulhos na vida... ouviu Julieta?
Julieta: Sim papai...
Morgana: Boneca Cindy? Não são aquelas coisas do diabo que ensinam garotas a serem pecadoras?
Robert: Exatamente!
Morgana: Ah, isso é muito errado! Muito errado eu digo! Que a praga do senhor Deus Condor caia sobre a sua família. E a sua boneca.
Robert: Olhe aqui sua vadia crente! Você pode amaldiçoar minha família! Mas deixe a boneca fora disso!
Margaret: Seus filhos parecem encantadores.
Epaminondas: Ah, obrigado. Eles são uns anjos.
Margaret: E a sua esposa?
Epaminondas: Eu me separei dela... estou passando esse final de semana com as crianças só. Geralmente elas ficam com a mãe. Ela me proíbe de tocar nos meus filhos.
Harold: Seu sortudo! Queria eu ter sido assim! Lembra que você me obrigava a cuidar do Robert quando ele era pequeno? Nossa, eu odiava aquilo.
Margaret: Eu só o obrigava a cuidar do Robert quando eu não aguentava mais! Aquela criança era insuportável! Eu quase a matei em três ocasiões diferentes!
Robert: Obrigado mamãe... mas dispensamos a história do meu aniversario de dois anos.
Margaret: Naquela época uma mulher não era presa por embebedar seus filhos... eram bons tempos.
Emily: Como assim? Agora é proibido embebedar seus filhos? Que tipo de mundo nós estamos vivendo!
Morgana: Por falar em embriaguez, não aguento mais os problemas com álcool do meu marido! Ele não para de beber!
Thorton: Querida! Você prometeu não falar nada!
Jezebel: Isso é tudo culpa Deles... Eles fazem isso com a gente.
Thorton: Cala a boca Jezebel!
Jezebel: Ah, como eu sofro!

Depois do jantar Eric, Julieta, Marrom e Glacê estão na sala de jogos. Glacê está correndo de um lado para o outro.

Marrom: Glacê! Fique quieta, assim você vai acabar quebrando alguma coisa.
Julieta: Sim! Você não pode quebrar esses objetos! Eles têm alma.

Glacê pega um vaso e joga no chão.

Julieta: Não! Sr. Vasolindus! Por que você teve que morrer?!
Marrom: Quem?
Eric: Não liga... minha irmã acha que os objetos são pessoas de verdade... não é melhor alguém limpar esses cacos. Eles parecem perigosos.

Glacê pega um dos cacos e começa a se aproximar de Eric.

Eric: Socorro! Alguém tira essa garota demônio daqui! Ela quer me matar!
Marrom: Glacê! Comporte-se! Isso não é jeito de tratar nossos parentes desconhecidos.
Glacê: Mas eles são chatos e feios.
Marrom: Isso não vem ao caso.
Julieta: Você acabou de falar que não se importa com a minha aparência?
Marrom: Hum... eu nunca falei isso...
Julieta: Você está dizendo que a partir de hoje nós somos namorados?
Marrom: Não...
Eric: Droga Julieta! Você está assustando a gente! Vá embora.
Julieta: Mas eu tenho amor para dar.
Eric: Ah... isso não vale nada.

Corta a cena. Emily e Robert estão na cama. Emily está lendo um livro.

Robert: Hey, o que você está lendo?
Emily: Eu não estou lendo... só estou fingindo que estou fazendo algo para não fazermos sexo hoje.
Robert: Emily, qual é o plano para nos livrarmos do bebum e sua mulher crente?
Emily: É simples Robert... a mulher tem medo do diabo. O homem é alcoólatra. Ou seja, só precisamos dar várias doses de álcool para ele e jogar ele para fora da janela.

Robert e Emily começam a ouvir barulhos vindo do quarto ao lado. Eles ficam ouvindo.

Thorton: Eu já dissi que bebo quantu eu quisê mulhê!
Morgana: Mas querido, você já bebeu cinco doses de tequila. Essa bebida é do diabo.
Thorton: Você é uma vadia, sabia disso!? Uma vadia estéril que não me dá um filho.
Emily: Gente, isso é melhor que a novela! Aposto que ela vai dar um tiro nele agora!

Eles escutam um som de estouro. Eles se levantam da cama e saem correndo até o quarto vizinho. Lá eles veem Thorton abrindo uma garrafa de champanhe.

Morgana: Ora se não são nossos parentes! O que vocês fazem aqui com a graça do bom Condor?
Thorton: Eles têm filhos! Sabia?
Emily: Nós estávamos ouvindo a briga e achamos que você tinha atirado nele e nos poupado o trabalho de assustar vocês para fora daqui.
Morgana: O quê?
Emily: Mas agora que se dane.

Emily pega uma garrafa de champanhe e acerta a cabeça de Morgana.

Robert: Haha! Isso foi por você ter falado mal da Cindy!
Thorton: O que vocês estão fazendo!?
Emily: Hum... ela me atacou. Você não viu?
Thorton: Não!
Emily: É a bebida falando.

Emily pega outra garrafa de champanhe e acerta a cabeça de Thorton.

Emily: Agora querido, me ajude a arrastar os corpos para fora da casa.
Robert: Ah querida, eu adoro quando a gente faz esses programas juntos!
Emily: Sim, sim. Precisamos fazer isso mais vezes.

Margaret e Harold estão no conservatório tomando um chá com Epaminondas e Jezebel.

Margaret: Que conservatório agradável..
Harold: Sim, mal posso esperar ter essa casa toda só para mim! Provavelmente eu vou vender por dinheiro...
Jezebel: Não faça isso! A casa está infestada por Eles! Se você destruí-la Eles vão te caçar e cortar sua garganta!
Margaret: Que pessoa mais charmosa você é... sua esquizofrenia me amedronta um pouco...
Epaminondas: Sabe? Eu gostei de passar tempo com vocês... não falo com muitas pessoas... minha ex-esposa tirou todos os meus amigos de mim no divorcio.
Margaret: Coitado. Você é ainda mais patético do que nosso filho Robert Joseph. Mas me diga Jezebel... como são Eles?
Jezebel: Ah... eles são muito assustadores! Estão em todo lugar em qualquer hora.. só esperando para nos matar...
Margaret: Oh querida... esses não são Eles! São os psicopatas.

Eles ouvem um barulho vindo do andar de cima.

Jezebel: O que será isso?
Harold: Nós vamos investigar o que é...

Harold e Margaret veem Robert e Emily arrastando dois sacos pretos pela escada abaixo.

Emily: Cuidado Robert! Se essa casa vai ser nossa não quero estragar a escada..
Margaret: Eu não acredito que vocês mataram aqueles dois..
Emily: Nós não matamos, só os deixamos inconscientes e vamos joga-los na sarjeta.
Margaret: Ah bem... por um momento vocês me assustaram...
Harold: Falando em assustar, como podemos assustar a Jezebel e o Epaminondas?
Margaret: Boa pergunta... vamos ver... tenho uma ideia! Vocês vão fazer algo de importante com esses corpos inconscientes?

Corta a cena. Jezebel e Epaminondas estão no conservatório.

Jezebel: Nossa, Margaret e Harold estão demorando. O que será que aconteceu?
Epaminondas: Eles devem estar bem... devem voltar a qualquer momento.
Jezebel: Espero que sim.

Jezebel vê o corpo de Thorton descendo pela janela.

Jezebel: Epa-pa-pa-pa-pa-pa-pa-pa-pa....
Epaminondas: O que foi mulher?
Jezebel: Cor-cor-cor...
Epaminondas: Não me diga que agora você virou a Gaga de Ilhéus?
Jezebel: Tem um corpo do lado de fora da casa!

Epaminondas vira e vê o corpo de Thorton pendurado de cabeça para baixo. Os dois começam a gritar e saem correndo. Epaminondas passa pela sala de jogos. Julieta está em cima de Marrom. Eric está amarrado no teto sobre um tanque com crocodilos.

Epaminondas: Marrom! Glacê! Vamos embora! Tem coisas estranhas acontecendo aqui!
Marrom: Graças a Condor! Eu não aguentava mais essa garota feia se jogando para cima de mim!
Glacê: Ah... eu não queria ir embora, estava divertido.
Eric: Por favor! Me ajudem!
Epaminondas: Vamos logo! Não temos tempo a perder!

Marrom e Glacê acompanham o pai.

Julieta: Marrom! Me liga!
Eric: Todo mundo sabe que ele não vai Julieta... depois de hoje ele provavelmente vai queimar o telefone dele.
Julieta: Você é mau!

Emily, Robert, Margaret e Harold entram na sala.

Emily: Conseguimos! Expulsamos todos eles!
Robert: Agora a fortuna será só nossa!
Eric: Alguém pode, por favor, me tirar daqui! Os ratos já estão quase roendo a corda toda!

As luzes começam a piscar.

Harold: O que está acontecendo?
Eric: Mamãe, eu estou com medo...
Emily: Calma... deve ser só um problema na fiação... Robert, vá verificar.
Robert: Por que eu?
Emily: Porque você é o homem da casa!
Robert: Ah sim! Nesse momento eu sou o homem da casa! Em todos os outros eu sou sempre o otário que traz dinheiro!
Emily: Ah querido... você sempre será isso também!
Robert: Tudo bem, eu vou.

Robert sai do quarto e vai até os fundos da mansão. Lá ele dá uma olhada na caixa dos fusíveis. Ele começa a mexer lá. Uma pessoa o cutuca no ombro.

Robert: Agora não! (a pessoa continua cutucando) Estou ocupado! (a pessoa continua) O que você quer?!

Robert vê uma sombra assustadora segurando uma faca reluzente coberta de sangue. Ele começa a gritar e sai correndo de volta para o hall principal da mansão, que é onde a família Normal está toda reunida.

Emily: Robert! O que aconteceu?!
Robert: Tem um maníaco com uma faca do lado de fora da casa!
Emily: Não seja idiota! Somos nós que estamos assustando as pessoas aqui!
Robert: Eu sei! Mas tem um maníaco com uma faca do lado de fora!
Margaret: Robert, você andou bebendo de novo?
Robert: Hum... só um pouco. Tinha tipo umas vinte garrafas de champanhe no quarto do Thorton.

O maníaco com a faca aparece no hall principal. Toda a família grita ao vê-lo.

Robert: Viu! Eu falei!
Eric: Ah Condor! Eu sabia que isso ia acontecer! Eu sabia! Eu falei não falei!?
Harold: Por favor, senhor maníaco! Não nos machuque! Leve a Julieta, mas não leve nosso dinheiro!
Julieta: Você quer ser meu amigo?
Emily: Deixem de agir como umas mariquinhas! Eu cuido disso.

Emily vai até o maníaco com a faca. A casa aparece por cima. Ouvem-se vários barulhos de coisas quebrando e de gritos. Quando a imagem volta ao hall o maníaco está caído imobilizado no chão. Emily tira o capuz dele. É Humfrey, o mordomo.

Robert: Humfrey, o mordomo?
Margaret: Você é o maníaco?
Humfrey: Não! Eu não sou nenhum maníaco! Eu só estava tentando contar para vocês que houve um engano. Vocês não são dessa família.
Harold: O quê?
Humfrey: É... vocês não são dessa família... enviamos a carta por engano.
Emily: Ah vai tomar no c...
Margaret: Isso quer dizer que não vamos ficar com a herança?
Humfrey: Hum... não. A herança vai para a Ma... afinal ela foi a única que não fugiu da casa assustada.
Emily: Ah é... nos esquecemos da velha invalida.
Eric: Calma aí! Se você não é maníaco, por que você tem uma faca ensangüentada na mão?!
Humfrey: Eu estava cortando tomates...
Eric: No meio da madrugada?
Emily: Quer saber?! Eu concordo com o Eric! Odeio dia das Bruxas!
Margaret: Vamos voltar para casa...
Harold: Espere... isso quer dizer que não vamos ganhar mais dinheiro? Que noite inútil!
Robert: Acho que ainda está passando a maratona do terror. Vamos.

Todos saem. Julieta permanece no hall com Humfrey.

Julieta: Agora nós vamos ser melhores amigos para sempre!
Humfrey: Nãããããããooooo!

Fim

domingo, 25 de outubro de 2009

Brindi Vs Cindy

Toda a família Normal, menos Robert, está reunida vendo TV. Robert chega.

Robert: Boa noite família querida! Tenho uma boa notícia para vocês!
Eric: Você me comprou o novo jogo de vídeo-game do Capitão Perigo?
Julieta: Você me comprou um pônei cor-de-caramelo falante?
Harold: Você me comprou mais dinheiro?
Margaret: Você me comprou um marido que não fica só falando de dinheiro?
Emily: Você me comprou uma casa que não tenha familiares chatos?
Robert: Não... por que sempre que eu falo que tenho uma boa notícia todo mundo acha que eu comprei algo?! A boa notícia é que nós teremos uma convidada para o jantar amanhã! (Todos da família, menos Robert, se entreolham)
Emily: Querido, acho que você precisa verificar a definição da palavra “boa”...
Margaret: Um convidado para o jantar? Agora eu vou ter que me arrumar toda!
Harold: E nós vamos ter que esconder a Julieta...
Robert: Calma pessoal! Vocês nem sabem que é essa convidada! Ela é simplesmente a dona e presidente das empresas de bonecas Brindi! Pelo visto a boneca Brindi é muito famosa pelo mundo, mas ainda é desconhecida em Cosmópolis. Então essa mulher vem para cá abrir uma fabrica de bonecas e uma sede da empresa dela! E ela quer conversar comigo para vermos uma parceria. (Todos estão dormindo) Uhum!
Emily: (acordando) Ah? Desculpa Robert, mas esse seu monologo quebrou todos os limites de chatice. Então a mulher quer fazer parceria com você... grande coisa! Leva ela para uma lanchonete e pede um hambúrguer!
Robert: Ela é uma pessoa bem ligada à família. Ela fez questão desse jantar.
Margaret: Tudo bem querido, se é importante para você nós faremos isso.
Harold: Faremos?
Robert: Poxa pessoal! Muito obrigado! Ela virá amanhã e lembrem-se de não me envergonhar!
Emily: Querido, como nós poderíamos te envergonhar?
Julieta: (falando com uma caneta) Mamãe está certa Sr. McPen! Nós somos completamente normais...

Na noite seguinte todos, menos Julieta, estão bem arrumados esperando no hall de entrada.

Eric: Mãe, cadê a Julieta?
Emily: Eu a droguei e a tranquei no quarto dela. Seu pai falou que nada poderia dar errado essa noite...
Eric: É, tem razão... se a mulher visse a Julieta ela quebraria a parceria imediatamente.
Robert: Acho que aquele é o carro dela. Ajam normais!

A campainha toca. Robert abre a porta. Uma mulher negra, de cabelos longos, negros e ondulados e taier azul escuro espera na porta.

Robert: Você deve ser Kalia Perfeito. Presidente das Empresas Brindi.
Kalia: E você deve ser Robert Joseph Normal. Presidente das Empresas Cindy.
Robert: É um grande prazer conhece-la.
Kalia: Igualmente. E estou ansiosa para conhecer sua família. Pena que não pude trazer a minha. Mas tive que fazer uma longa viagem para chegar aqui.
Robert: Espero que tenha chegado bem. Essa aqui é minha linda esposa Emily, meus pais Margaret e Harold e meu adorável e único filho Eric.
Eric: Ela é negra... eu não sei porque, mas estou com um pouco de medo.
Margaret: Não se preocupe... isso é normal.
Robert: Bem, entre... o jantar já deve estar na mesa!

Eles vão até a sala de jantar. Uma mesa bonita está posta. Todos se sentam.

Kalia: Esse jantar parece extremamente apetitoso Emily, foi você quem o preparou? (Todos começam a rir) Falei alguma coisa errada?
Robert: (rindo) Não, não é nada...
Emily: (rindo) É que foi muito engraçado!
Harold: (rindo) É que a Emily geralmente nunca cozinha!
Eric: (rindo) È! Da ultima vez que ela fez isso nós acabamos comendo pneu e uma vendedora de imóveis morreu!
Kalia: Ah... bem, eu também não sei cozinhar, admito! Sou uma negação! Meu marido é quem trabalha na cozinha lá em casa.
Emily: Entendo, então seu marido também é uma frutinha como o meu?
Kalia: Não, ele é um chef de cozinha.
Margaret: Ah, então ele definitivamente é um frutinha.
Kalia: De qualquer forma, ele faz os pratos mais deliciosos que alguém já provou!
Robert: Que coincidência! A minha esposa faz os pratos mais horríveis que alguém já provou!
Emily: Querido, tenha cuidado que eu estou com uma faca na mão.
Robert: Ah Emily, eu não me casei com você por causa dos seus dotes domésticos! Me casei com você porque você era gostosa! Ainda é por sinal!
Emily: Ah querido, assim eu fico envergonhada!
Kalia: Bem, meu marido se casou comigo porque ele me amava.
Emily: Você só está com inveja porque não é tão gostosa quanto eu.
Robert: E não é mesmo.
Kalia: Hum... com licença Robert, podemos falar de negócio?
Margaret: Ah não! O Robert e um amigo dele vão começar a falar sobre bonecas! Isso me lembra quando você e aquele seu amigo porto-riquenho faziam isso!
Harold: Ah é! O Pablo! Nem me lembrava dele. Aquele garoto era estranho...

Robert começa a ter um flashback. Pablo e Robert estão no quarto deste brincando de bonecas.

Robert: Mas Rhonda! Eu não posso ir ao shopping com você! Tenho um encontro com o Bob, o homem dos meus sonhos!
Pablo: Roberto, cuando vamos empezar con los besos?
Robert: O que você disse Pablo? Eu não consegui entender uma palavra...

O flashback acaba.

Robert: Para mim ele era normal. Mas então Kalia, o que você estava pensando?
Kalia: Eu estava pensando em lançar a Cindy e a Brindi como melhores amigas. Elas fariam tudo juntas! E teríamos que lançar uma nova serie de lugares legais para elas irem para fofocar como o shopping, o quarto uma da outra, o baile funk.
Robert: É uma boa idéia! Lançaríamos uma nova linha de produtos Cindy/Brindi!
Kalia: Brindi/Cindy... de qualquer maneira poderíamos criar os pais chatos das duas. Aí os pais poderiam falar coisas chatas!
Robert: Como “Essa conta de telefone está muito alta mocinha” ou “Você passa muito tempo com essa sua amiga, acho que vocês são lésbicas”?
Kalia: Exatamente!
Emily: Posso dar uma sugestão? Por que vocês não criam um cara em que as duas fiquem interessadas? Aí formaríamos um triangulo amoroso e as duas poderiam brigar e se xingar!
Kalia: Mas eu achei que elas deveriam ser amigas...
Emily: A amizade não tem graça! Aposto que a maioria dos homens adoraria ver duas bonecas sensuais brigando no tapa! Isso aumentaria a venda de vocês no setor masculino!
Harold: Ainda mais se essas bonecas e esse cara fizerem sexo a três. Eu com certeza compraria isso.
Kalia: Eu agradeço muito pelas dicas, mas...
Eric: E que tal se as duas virassem agentes secretas, trabalhando para uma agência intergaláctica, que nem o Capitão Perigo!
Margaret: E que tal se elas fossem agentes secretas trabalhando para uma agência de modelos?
Eric: Elas poderiam ser modelos intergalácticas!
Emily: Espere um minuto, onde que o sexo a três entraria nessa historia toda?!
Harold: O cara poderia ser o chefe delas e ter um caso secreto com as duas! Aí elas descobrem e resolvem surpreende-lo com sexo a três!
Robert: Eu acho que eu já vi esse enredo em algum filme pornô...
Emily: Aí elas poderiam descobrir que na verdade elas eram irmãs!
Margaret: Mas como uma seria loira e a outra seria negra?
Emily: A mãe delas poderia ser uma grande vadia!
Robert: É, com certeza eu já vi esse filme!
Kalia: Esperem um minuto! Eu não vou fazer isso com a minha boneca!
Emily: Tudo bem, se você quer continuar com algo chato quem sou eu para impedir...
Kalia: Eu estou ficando com dor de cabeça. Onde é o banheiro?
Margaret: É a segunda porta virando o corredor...
Kalia: Obrigada...

Kalia se levanta e vai até o banheiro. Ela se olha no espelho.

Kalia: Calma Kalia, você só precisa agüentá-los mais um pouco... daqui a pouco você consegue fechar essa parceria e nunca mais vai precisar vê-los...

Kalia sai do banheiro. Ela volta para a sala do jantar, mas só Harold está sentado na mesa. Ele está mexendo na bolsa dela.

Kalia: O que você está fazendo?!
Harold: Hein?! Nada! Eu não estava roubando seu dinheiro enquanto você estava no banheiro. (A carteira de Kalia cai da mão de Harold) Ah, que se dane! Eu estava sim e não me envergonho disso!
Kalia: Me devolve isso!
Harold: Posso ao menos ficar com o dinheiro?
Kalia: Não!
Harold: Então essa é a gratidão que eu recebo por abrir a porta da minha casa a você.
Kalia: Cadê o resto da sua família?
Harold: Eu sei lá! Provavelmente perambulando por aí...

Kalia vai até a cozinha. Emily está virada de costas quando ela chega lá.

Kalia: Emily, você não vai acreditar no que o Harold estava fazendo... (Emily se vira, ela está com um facão na mãe) Ahhh! O que você vai fazer com isso?
Emily: Quem mandou você entrar na minha cozinha?
Kalia: Desculpa, eu estava só...
Emily: Não aceito desculpas! (Emily joga a faca. Ela quase acerta Kalia) Eu te convido para jantar, me mato de trabalhar no fogão...
Kalia: Achei que tinha dito que você não havia cozinhado nada...
Emily: Isso não vem ao caso! Eu te recebo na maior boa vontade para você sair por aí invadindo a minha casa sem a minha permissão!
Kalia: Desculpa, mas...
Emily: Eu não acabei! Você se acha tão certa, com sua bonequinha perfeita, mas saiba que nós somos quem realmente nos esforçamos neste país!
Kalia: Nós quem?
Emily: Nós! As donas-de-casa que ficam vendo TV o dia inteiro!
Kalia: Hum... você está bem?
Emily: Eu ando um pouco estressada por causa da pressão.
Kalia: Que pressão?
Emily: Você está zombando de mim?!

Emily pega uma outra faca e começa a atirar. Kalia sai correndo para a sala. Margaret está lá.

Margaret: Kalia, querida! O que aconteceu? Você parece pálida.
Kalia: Foi a Emily! Ela estava atirando facas em mim!
Margaret: Ah, a Emily tem essa mania de vez em quando! Não liga... eu acho que você tem uma mosca presa no seu cabelo.
Kalia: Serio? Tira ela. Espanta ela! Tenho horror a esses bichos nojentos...
Margaret: Calma, vou tentar...
Kalia: Já tirou?
Margaret: Calma...
Kalia: Já tirou?
Margaret: Calma!
Kalia: Já tirou?
Margaret: Agora já chega! (Margaret pega a cabeça de Kalia e bate várias vezes contra a parede com força) Pronto! Saiu!

Kalia sai correndo e sobe as escadas. Ela começa a ouvir barulhos.

Kalia: Quem está aí? Quem é?
Julieta: Fome, eu estou com fome.
Kalia: Minha nossa! O que é isso!
Julieta: Mim ter fome! Mim quer comida!
Kalia: É uma mistura de pé grande com o monstro do lago Ness! Socorro!
Eric: O quê?! Monstro? Cadê? Proteja-me! (Eric pula em cima da cabeça de Kalia)
Kalia: Ai, sai garoto! Eu não consigo ver nada!

Kalia e Eric saem rolando escada abaixo. Ao chegar embaixo Eric se solta.

Eric: Aii! Mamãe, essa mulher me machucou!
Emily: Que monstro! (Emily pega Eric no colo) Você está bem querido?
Eric: Sim, acho que estou.
Emily: (jogando Eric no chão) Ah, que bom! E quanto a você Sra. Kalia Perfeito! Que você pensa que é para sair por aí machucando as pessoas?
Kalia: Você acabou de atirar facas em mim há alguns minutos!
Emily: Está ouvindo isso Robert?! Essa mulher vem para minha casa e fica me acusando dessas coisas!
Harold: Daqui a pouco ela vai dizer que eu tentei roubar sua carteira.
Margaret: E que eu bati a cabeça dela contra a parede...
Kalia: Mas vocês fizeram tudo isso!
Harold e Margaret: Viu...
Kalia: Olha, eu não sei que raios de mente perturbada vocês aqui têm, mas...
Julieta: Mamãe, foi você quem trancou meu quarto?
Kalia: Minha nossa! Quem é isso?!
Robert: Essa é nossa filha Julieta, a vergonha da nossa família.
Emily: Sim, a trancamos no quarto hoje para ela não jantar conosco e não estragar as chances do Robert de fazer negócios com você...
Robert: Falando nisso, nós temos um acordo fechado?
Kalia: Olha Robert, eu nunca mais quero ver sua família de novo. Mas como negócios são negócios, aceito a parceria. A partir de hoje a Cindy será a melhor amiga da Brindi.
Robert: Está maluca?! É a Brindi que vai ser a melhor amiga da Cindy.
Kalia: Hum... eu acho que não...
Robert: Você por algum acaso está querendo botar a minha boneca para segundo plano!? Como uma espécie de coadjuvante?
Kalia: Eu sempre achei que esse era o nosso plano!
Robert: Ora sua! Você nunca vai botar a minha amada Cindy para segundo plano! Saia da minha casa! E nunca mais volte! De hoje em diante nossas famílias serão inimigas mortais!
Emily: É, saia daqui e leve sua bonequinha com você!
Kalia: Vocês vão se arrepender... eu ainda vou voltar! (Kalia sai e bate a porta)
Emily: É uma completa maluca.
Margaret: Pobre mulher, completamente perturbada.
Harold: Pelo menos a noite não foi um fiasco total. Peguei algumas jóias dela...

No dia seguinte. A campainha toca na casa dos Normais. Robert atende. Kalia está na porta.

Robert: Kalia?! O que você está fazendo aqui?
Kalia: Eu falei que ia voltar. E fui mais rápida do que imaginei. De hoje em diante Robert, eu serei sua nova vizinha.
Robert: O quê!?
Kalia: Isso mesmo... comprei uma casa aqui na vizinhança. Assim poderei dedicar muito tempo à nova sede das Empresas Brindi aqui em Cosmópolis. E assim, tirarei você e sua preciosa boneca do mercado!
Robert: Você nunca conseguirá realizar seu plano maléfico!
Kalia: Acha que não? Aguarde! Semana que vem estarei me mudando definitivamente para cá, junto com toda a minha família!
Robert: Eu não tenho medo de vocês!
Kalia: Deveria ter... pois vamos acabar com você! (Kalia vira as costas e sai andando) Muahahahahahaha Cof Cof Cof! (Kalia olha com desprezo para Robert e entra em sua limusine)
Emily: O que ela estava fazendo aqui?
Robert: Prepare-se Emily... a Guerra acabou de começar. (close dramático na cara de Robert)
Emily: Que frase brega! Você tirou isso de algum filme não tirou?
Robert: “Soldados do Amanhã”...
Emily: Isso mesmo! Nossa, como eu odiei aquele filme.

Fim